Cortes, reembolsos e investimentos. Segundo o site Volleyball.it, a Fipav (Federação Italiana de Voleibol) anunciou, nesta quinta-feira, um plano de ação no valor de quase 5 milhões de euros – 4.675.389 euros, para ser preciso – (cerca de R$ 27,7 milhões) para tentar resgatar seus mais de 4 mil clubes e empresas patrocinadoras do vôlei após o tsunami que assola a economia mundial por conta da pandemia do coronavírus.
O chamado “Plano Marshall” do vôlei italiano – numa alusão ao plano econômico que reestruturou os Estados Unidos e os aliados da Europa depois da Segunda Guerra Mundial – prevê uma série de medidas para aliviar o encargo das entidades que investem no esporte, como a redução de custos para os clubes, a diminuição de impostos e taxas para participar de competições e a eliminação das taxas obrigatórias nos campeonatos juvenis. Estuda também incentivos fiscais junto ao governo para quem investir na formação da base nos próximos anos.
Trata-se de uma ação forte e decisiva para salvaguardar o que a Fipav considera sua maior herança, como diz no comunicado: as mais de 4 mil empresas (clubes, patrocinadores e parceiros comerciais) que investem no esporte.
O encerramento dos campeonatos e das atividades dos campeonatos juvenis geraram perdas de mais de 20 milhões de euros para o vôlei da base e outros 29 milhões de euros para o profissional, segundo dados fornecidos pelas Ligas Masculina e Feminina.
Passada a fase de análise dos prejuízos financeiros e da perda de receita, a Fipav anunciou hoje as iniciativas ligadas diretamente aos 4.232 clubes ligados ao vôlei na Itália.
Primeiramente, estabeleceu que, para a temporada 2020/2021, a taxa de afiliação a ser paga pelos clubes e empresas será de 15 euros (cerca de R$ 90). Antes, esse valor era de quase de 500 euros (de R$ 2.900). Só com essa medida, os clubes irão economizar 1.830.050 euros (R$ 10,7 milhões), de acordo com a Federação.
O plano prevê também a redução da taxa de associação de atletas: 10 euros para os jogadores italianos nascidos até 1995 (antes era 15 euros); 5 euros para os nascidos entre 1993 e 2003 (era 9 euros); 2,5 euros para os nascidos a partir de 2004 (era 5 euros).
Reduziu ainda a taxa de filiação dos técnicos, entre 56 euros e 160 euros (antes variava entre 56 euros e 200 euros, dependendo do nível do treinador e integrantes da comissão técnica. Essas concessões, segundo a Federação, gerarão um corte nos custos no valor de 968 mil euros (quase R$ 6 milhões).
Para a temporada 2020/2021, a Fipav extinguiu também o valor das taxas das competições juvenis, o que representará um corte de 1,876 milhão de euros nos gastos dos clubes e dos seus patrocinadores (aproximadamente R$ 11 milhões).
Além disso, a Federação anunciou que já iniciou os procedimentos administrativos para devolver aos clubes as taxas já pagas relacionadas às partidas não disputadas por conta do cancelamento do Campeonato Italiano diante da pandemia.
A Fipav encerra o comunicado afirmando que o trabalho na base e o apoio dos clubes são o maior patrimônio do vôlei do país: “Após essa intervenção, a Federação continuará o seu trabalho de análise, sem excluir novas intervenções em apoio aos clubes, a fim de não dispersar esse patrimônio, que sempre foi a base das atividades de vôlei na Itália”.