Sonhos se realizam. O de Flávio Gualberto está em curso, já que o central de 29 anos é um dos principais nomes da Seleção Brasileira masculina que nesta terça-feira (6/9) enfrenta o Irã, às 16h (de Brasília), pelas oitavas de final do Campeonato Mundial, em Gliwice (POL), com transmissão pelo Sportv2, Volleyball World e Web Vôlei (sem imagens) no YouTube e na Twitch, com narração de Bruno Souza.
– Se conseguirmos chegar na decisão será a sexta consecutiva para o Brasil, algo histórico e especial. Este grupo é merecedor, será muito especial poder comemorar uma medalha aqui na Polônia – conta o jogador, natural de Pimenta, pequeno município do interior de Minas Gerais com pouco mais de oito mil habitantes.
Em 2010, com 16 anos, teve o primeiro contato com o Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ), em busca do sonho de vestir a camisa amarela da seleção.
– Eu cheguei em Saquarema pela primeira vez para uma seletiva de jovens para a equipe sub-19. Eram uns 44 atletas, e fui passando pelas etapas até ser selecionado para a equipe que naquele ano disputou o sul-americano (o Brasil ficou com a prata). Tudo faz parte de um processo que passei de amadurecimento e aprendizado, que vem com o tempo, com as experiências vividas. Hoje sou muito feliz de estar aqui, realizando o meu sonho, alcançar este lugar que estou. Tudo pelo que passei, abrir mão de tantas coisas, e estar representando o Brasil em um Mundial faz tudo valer a pena – lembrou Flávio que hoje é o principal bloqueador do time brasileiro na competição com oito pontos no fundamento.
A primeira oportunidade de Flávio na Seleção adulto foi já com o técnico Renan Dal Zotto no comando, na Liga das Nações em 2019. Desde então o central apareceu com frequência nas convocações e nesta temporada é um dos titulares do time brasileiro. Jogar as oitavas de final na Polônia fará Flávio se sentir em casa. A primeira experiência internacional em clubes do atleta foi no país que é uma das sedes do Mundial, na temporada 2020/2021 ele defendeu o Aluron Zawiercie, com sua base a 40 minutos de Katowice, onde a Seleção Brasileira está.
– Uma coisa que posso falar com toda certeza é que a torcida polonesa é apaixonada por voleibol. Sempre lotam os ginásios, vibram, cantam é sempre um espetáculo. E todas as vezes que viemos jogar aqui as arquibancadas estão sempre cheias e eles costumam nos apoiar, exceto, é claro, quando jogamos contra a Polônia – comentou o central que tem como inspiração o campeão olímpico Gustavo Endres.
Para a partida contra o Irã, Flávio espera jogo equilibrado.
– O Irã é um adversário muito competente, sempre fazemos jogos duríssimos contra os iranianos. É uma equipe muito forte fisicamente, tem um grande oposto (Amin) que sempre pontua bem nos jogos, é uma das peças que teremos que ter mais atenção no confronto. Este será um jogo de tudo ou nada. Temos que saber que precisamos dar o nosso melhor para avançarmos na competição – avaliou.
O técnico Renan Dal Zotto tem uma impressão bastante semelhante sobre os adversários desta terça-feira.
– Agora a competição chegou em um ponto que não cabe mais erro, quem perder está fora, não tem mais favorito. Quem não der o seu melhor volta para casa. Nosso foco no momento está todo no Irã, mas ninguém terá vida fácil, não, todo jogo é uma guerra. O time iraniano conta com atacantes fortíssimos e tem um ótimo poder de saque. A nossa equipe precisa jogar com equilíbrio, e não depender somente de um fundamento – concluiu Renan.