Companheira de quarto de Thaisa durante toda a preparação da Seleção Brasileira para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Gabi contou detalhes da luta e do sofrimento da bicampeã olímpica para estar com o grupo em alto nível.
A ponteira e capitã disse que a conquista do bronze neste sábado (10/8), com vitória sobre a Turquia por 3 a 1, tem muito a ver com o fato de o grupo ter comprado a ideia de batalhar pela companheira, que se despediu da equipe nacional após a partida.
– É um sentimento de gratidão muito grande. Ela merecia o ouro. Mais do que isso, não merecia sair daqui e ser medalha olímpica. O legado que ela deixa, tudo o que ela fez, de ter aceitado voltar, aceitado comprar essa briga e estar aqui com a gente, é o que vai ficar. É o marco que vai ficar para esse novo ciclo, em que a gente vai até Los Angeles. É por isso que a gente ganhou esse bronze. Foi por ela, foi pela superação dela e pelo exemplo que ela deu. A gente tem que reverenciá-la – afirmou Gabi.
Thaisa superou questões físicas que ameaçaram sua carreira nas quadras. O pior momento aconteceu em 2017, quando a central jogava na Turquia e sofreu lesões no joelho esquerdo e no tornozelo direito.
Em 2021, preferiu não brigar por vaga nos Jogos de Tóquio, com o objetivo de prolongar seu tempo como atleta. E o chamado para Paris, conforme lembra a companheira, também foi desafiador.
– Eu não sei se todo mundo sabe no Brasil o tanto que essa mulher sente dor. É dor no joelho, é dor no Tendão de Aquiles. Eu não sei como é que não arrebentou esse joelho dela, como é que não arrebentou esse tendão dela, porque era dor o dia inteiro. Era dor pra dormir. Acordava de madrugada com dor. Porque eu estava no quarto com ela. Eu vi o sofrimento dela. E você acha que saía de treino? Treinava mais do que todo mundo. Pedia pra fazer extra. Queria fazer e ver vídeo. E queria saber o que dá pra melhorar, o que podia ser feito. Então, assim, é uma referência – completou Gabi.