Muito antes de Gabriel Negrão nascer, seu pai Marcelo Negrão fez história no vôlei, marcando o ponto que garantiu o primeiro ouro olímpico para o Brasil na modalidade, nos Jogos de Barcelona 1992. A conquista de 30 anos atrás é inspiração para o ponteiro de 17 anos, ainda que ele não conseguisse entender completamente a fama do seu pai quando era criança. A partir dessa segunda-feira, dia 4, Gabriel defende o Sesi-SP no Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) masculino sub-21, realizado no Ginásio do Taquaral, em Campinas (SP).
– Quando eu era mais novo, sempre soube que era filho de alguém famoso, porque ele era muito reconhecido nas ruas. Mas eu não tinha noção do feito dele para o Brasil e para o vôlei. Ser campeão olímpico é o maior patamar que um atleta pode chegar, e ele ter feito isso muito novo é algo que a gente sempre lembra, é algo que eu almejo. Além de tudo meu pai é meu melhor amigo, está sempre me ajudando, sempre me aconselhando – diz Gabriel.
– Tem uma pressão grande, porque as pessoas acham que eu vou fazer a mesma coisa que ele fazia, mas nós temos estilos de jogo diferentes, eu não jogo na posição dele. No início me incomodava muito, hoje eu lido bem, evito pensar nisso. Eu sou o Gabriel Negrão e ele é o Marcelo. Ele jogava de oposto e eu sou ponteiro. No jeito, sou muito parecido com ele, gosto de tirar sarro, sempre estar dando risada. E tecnicamente também, o salto é muito parecido, o jeito de atacar, mas as funções em quadra são outras.
O vôlei não foi a primeira escolha de Gabriel. Até 2017, ele jogava futebol nas categorias de base do São Paulo quando decidiu trocar os gramados pelas quadras do Sesi-SP e se encontrou no esporte.
– No início meu pai ficou um pouco assustado, porque eu não era muito ligado em vôlei. Mas ele me apoiou, disse que se era isso que eu queria, ele sempre ia estar ao meu lado, me apoiando e aconselhando. É uma felicidade disputar o Campeonato Brasileiro Interclubes. Desde 2017 eu via treinos dos meninos mais velhos e ficava apaixonado pelo que estava acontecendo. Estar hoje no grupo é muito gratificante, mostra que estou fazendo um bom trabalho – acredita Gabriel.
Além do Sesi-SP e do Vôlei Renata (SP), anfitrião da competição, o CBI sub-21 masculino conta com Minas Tênis Clube (MG), Tijuca Tênis Clube (RJ), Flamengo (RJ), Fluminense (RJ), Praia Clube (MG), Elase (SC), Sada Cruzeiro (MG), Desportivo Rio Grande (RN), Instituto Vitaliza (PE) e Unifor CE).