Algumas atletas superam a questão clubística e são admiradas por várias torcidas. No Brasil, uma delas é Carol Gattaz, capitã do Itambé/Minas, com passagens por Osasco, Rio de Janeiro, São Caetano, entre outros.
A central do atual campeão da Superliga foi um dos principais destaques da impecável temporada passada e segue atuando em altíssimo nível na atual. Gattaz, de 38 anos, possui, por exemplo, o segundo melhor aproveitamento de ataque da competição nacional, com 61% de aproveitamento, logo atrás de Thaísa, companheira de time, com 62%. Em um time agora sem Natália e Gabi, ela segue como uma das referências técnicas e de liderança.
Nesta entrevista ao Web Vôlei, Carol Gattaz revela seu grande objetivo na carreira: jogar a Olimpíada de Tóquio.
A posição é, atualmente, a mais bem servida da Seleção, com um leque enorme de opções para José Roberto Guimarães: Bia e Mara, do Osasco/Audax, Carol, do Dentil/Praia Clube, Mayany, do São Paulo/Barueri, Adenízia, do Scandicci, Juciely, Milka e Lara, do Sesc, Fabiana, do Hisamitsu Springs, do Japão, além da dupla do Minas. E, entre as 12 em Tóquio, apenas três nomes serão convocados.
E uma das novidades desta entrevista, um presente de Natal aos fãs do site, é a presença de perguntas feitas a Carol Gattaz por vocês, leitores e leitores do Web Vôlei, por intermédio das redes sociais.
Esperamos que gostem!
Mariana: Seleção Brasileira ainda está nos seus planos?
Sim, meu maior sonho e objetivo hoje em dia é disputar uma Olimpíada. E estou me preparando muito para isso. Espero que possa ser convocada.
Celso Nobuo Kawano Jr.: Sentiu-se injustiçada em algum momento por não ser convocada para uma Olimpíada?
Nas Olimpíadas de 2008, sim, eu senti que fui injustiçada pelo que tinha passado no ciclo inteiro com a Seleção e me sentia preparada pra disputar, mas acabei sendo cortada no último corte.
Sara Tavares: Qual foi o melhor grupo que você fez parte?
Tive alguns grupos bons, mas sem dúvida, um dos melhores foi o da temporada 2018/2019 com o Minas, em que o grupo era leve e todas com o mesmo objetivo.
Renato Palhano: Como você vê a evolução tática das centrais brasileiras? Cresceram mais ou menos em relação às outras posições?
As centrais sempre tiveram um papel muito importante em uma partida de vôlei. E acredito que tenha crescido junto com a evolução do voleibol moderno.
Dianny Carneiro: Qual atleta inspira você?
Tenho uma admiração desde criança pelo ídolo Ayrton Senna que infelizmente nos deixou muito cedo, mas deixou vários ensinamentos importantes sobre o esporte e a vida.
Capanema: Gattaz, quais os seus planos para 2020?
Meus objetivos são os campeonatos pelo Minas em primeiro lugar, e o mais importante, será brigar por uma vaga nas Olimpíadas.
Web Vôlei: O Minas começou bem irregular, não só pelos resultados, mas pelas atuações inseguras nas extremidades. Como foi esse início? Em que momento essa chave virou e o time passou a ter atuações mais seguras?
Nós tivemos pouco tempo de preparação com o time todo completo, e infelizmente, tivemos alguns problemas de lesões que atrapalharam nosso início. Com certeza a evolução foi devido ao nosso trabalho em conjunto, e paciência de saber que iríamos evoluir aos poucos. E o Mundial ajudou muito nesse processo, com os jogos em alto nível que tivemos que encarar.
Web Vôlei: Como é a sua condição física, especificamente em relação ao seu joelho? Convive com a dor? Como você administra jogos/treinos e a lesão?
Minha condição física esse ano está muito melhor que todos os outros. Meu joelho com o trabalho super bem realizado pela parte médica, se estabilizou. Eu tenho dores, mas nada que me limite hoje a jogar ou a treinar.
Web Vôlei: Como é o Nicola Negro treinador? É diferente ter um técnico que vem da Europa? Existe essa diferença entre a mentalidade do treinador brasileiro e o europeu?
O Nicola é um técnico super experiente e muito moderno. Eu adoro trabalhar com essa escola de técnicos europeus, pois eles convivem com o que tem de melhor no vôlei do mundo hoje. Então, podemos evoluir com isso.
Web Vôlei: Pensa em encerrar a carreira? Já pensou em alguma data?
Não tenho previsão para encerrar a carreira. Eu brinco que vou jogar até quando me aceitarem jogando (risos).
Web Vôlei: Qual o segredo da China com a Macris? Já começou bem entrosada ou vocês demoraram a encontrar o timing que a gente vê hoje nos jogos?
Não tem segredo. Na verdade, a China sempre foi minha especialidade e a Macris sempre foi uma jogadora que joga muito rápido e é propícia para isso. Eu confio muito nela, então, acho que por isso essa jogada dá tão certo.
Web Vôlei: Chegou a cogitar a possibilidade de defender a Seleção na temporada 2019? Conversou com o Zé Roberto?
Conversei, sim, com o Zé em 2019, mas quando acabou a Superliga eu precisava tratar o joelho. Fazer um tratamento especializado, porque se não fizesse, provavelmente não conseguiria acabar essa temporada bem. Mas quando eu poderia voltar a saltar, a Seleção já estava indo pra Copa do Mundo, aí não daria tempo de eu chegar inteira.
Web Vôlei: Você se vê, no futuro, depois que parar de jogar, como dirigente, agente ou de alguma forma trabalhando com o vôlei?
Ainda não pensei no futuro, mas quero sim fazer algo ligado ao esporte.
Por Daniel Bortoletto e Patrícia Trindade