Em excursão pelo Brasil, o time feminina de Georgia Tech conheceu, nesta última quinta-feira, o Pinheiros e realizou um amistoso com o time sub-21 do clube paulistano. Em cinco sets disputados, as universitárias americanas venceram cinco.
Antes de jogar com o Pinheiros, Georgia Tech enfrentou Fluminense e PUC no Rio, Sesi Sorocaba e São Caetano em São Paulo. Para o treinador do sub-21 do Pinheiros, Silvio Forti, ganhador de 102 títulos com a base do clube, o intercâmbio foi muito válido.
– O mais importante foi a confraternização. Nossa equipe campeã estadual invicta em 2021 foi desfeita e estamos em processo de formação para a próxima temporada, ainda sem especialistas em algumas posições. O desafio de enfrentarmos a quinta melhor equipe dos Estados Unidos valeu muito – disse o técnico, lembrando da campanha história do time de Atlanta na última NCAA.
A treinadora da Georgia Tech é a pernambucana Michele Collier. Ela treina a Georgia Tech desde 2014.
– As meninas tiveram uma temporada bem competitiva e mereceram a viagem. Muitas delas estão saindo dos Estados Unidos pela primeira vez e adorando conhecer uma cultura diferente – exaltou Michele.
Antes do jogo-treino, as americanas almoçaram no clube e fizeram um reconhecimento de cada espaço do Pinheiros.
– Fizemos um tour e elas ficaram fascinadas. Conheceram um modelo de clube que não existe nos Estados Unidos, onde só as universidades possuem estrutura para se praticar esportes. Agora vamos para Recife jogar com a UniNassau e depois será a hora do descanso em Fernando de Noronha – contou a treinadora.
Talento brasileiro
Além de Michele, a Georgia Tech tem, por tradição no vôlei, outros brasileiros em seu elenco como, o assistente Cláudio Pinheiro, a líbero Paola Pimentel e a levantadora Nicole Drewnick, ambas com 20 anos, estudantes de business e marketing. Julia Bergmann, que também atua por Georgia Tech, está com a Seleção Brasileira na preparação para a VNL. Até a última temporada, Mari Brambilla também fazia parte do time.
– É muito legal vermos o estudo e o esporte caminhando lado a lado, o que não acontece no Brasil. O fato de a escola apoiar o esporte faz toda a diferença na estrutura – observou Paola.
A atleta e universitária fez outra comparação sobre o vôlei nos dois países.
– Aqui no Brasil os campeonatos estaduais têm cinco ou seis times e chegam até a ser extintos por falta de participantes. Sou carioca e vi isso acontecer no Rio. Lá (EUA) não. São 342 equipes em 32 divisões muito bem organizadas. Eu, por exemplo, tenho bolsa completa e não gasto um centavo dos meus pais – comentou a líbero.
Após o amistoso, Nicole se encontrou na quadra com seus pais que estavam na arquibancada.
– Os dois jogaram pelo Pinheiros, meu pai basquete e minha mãe vôlei (a ex-ponteira Cilene). Eu amo o vôlei e estamos mostrando para as americanas que é possível ser uma profissional no Brasil. Muitas são ótimas jogadoras, não têm coragem de sair do país. Essa excursão está sendo muito boa. Quem sabe se sintam atraídas para jogar no Brasil.