Quase um ano após a invasão russa ao território ucraniano e o início da guerra, as consequências ainda são notáveis, com milhares de vidas destruídas em um dos capítulos mais tristes da história recente da humanidade. O ataque liderado pelo presidente Vladimir Putin, com cunho político para os interesses próprios de seu país, segue ativo, com impactos na economia global.
A vida de milhões de pessoas mudou e jamais voltará ao que era em todos os aspectos. No esporte não seria diferente. Recentemente, o caso do jogador ucraniano de vôlei Tymofii Poluian tem ganhado destaque. Aos 25 anos, o ele esteve com a seleção no último Campeonato Mundial, na campanha histórica, que terminou por garantir uma surpreendente oitava posição.
Após a temporada com seu país, ele decidiu jogar pelo chinês Hebei, no início da temporada de clubes em 2022. Como o campeonato na China é mais curto, em meados deste mês ele já poderia atuar por outro clube, devido ao fim do contrato. Em 14 de janeiro, o Hekimoglu, da primeira divisão da Turquia, anunciou a contratação do jogador para o restante da temporada, mas depois do jogo contra o Galatasaray (dia 16/1) o clube recebeu uma mensagem do empresário do atleta, dizendo que Poluian não iria permanecer com o grupo porque havia um jogador de nacionalidade russa no elenco: o central Alexey Nalobin. A notícia, claro, pegou o clube de surpresa.
Segundo nota oficial emitida pelo Hekimoglu, a ação foi tomada por ordem da Federação Ucraniana de Vôlei, por conta de questões políticas neste momento de guerra. Assim a entidade exigiu que o selecionável deixasse imediatamente o clube, sob ameaça de cassação da licença de Poluian.
– Recebemos a proposta para que rescindíssemos o contrato com o jogador russo e, eles enviariam outro ucraniano em seu lugar. Nunca participaremos de coisas que sejam contrárias ao espírito do esporte. Somos contra todas as formas de guerra e não concordamos que os atletas sejam ferramentas para essas guerras sujas – afirmou o clube em nota publicada no dia 17 de janeiro.
A Federação Ucraniana foi uma das pioneiras a exigirem o banimento da Rússia nas competições da FIVB e CEV. Mais tarde, isso foi concretizado e tais medidas ainda seguem em vigor. Recentemente, Poluian foi ligado ao Akkus Belediyespor, clube da segunda divisão da Turquia. Ao que aparenta, esse será o novo destino do ponteiro ucraniano.
Por Robson Leal, em colaboração ao Web Vôlei