A Itália é a nova dona da Europa. A seleção dirigida por Davide Mazzanti conquistou o Campeonato Europeu feminino de vôlei,. neste sábado. Mesmo com casa cheia na Stark Arena, em Belgrado, vitória na final sobre a Sérvia por 3 sets a 1, parciais de 24-26, 25-22, 25-19 e 25-11, impedindo o tri das adversárias e calando o ginásio.
O resultado também acaba com a freguesia italiana diante das sérvias em grandes competições. Nos últimos quatro anos, levando em consideração Campeonato Mundial, Europeu e Olimpíada, as duas potências se encontraram quatro vezes. Até então, a Sérvia só havia vencido: 3 a 2 na decisão do Mundial de 2018, 3 a 1 na semi do Europeu de 2019 e 3 a 0 nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Hoje, o fim do jejum. E olha que o início não dava indícios disso.
Diferentemente de outros jogos, a Sérvia teve no início uma distribuição muito mais equilibrada, sem sobrecarregar a oposto Tijana Boskovic, estrela da companhia, atrapalhando a vida do block italiano. No primeiro set, Maja Ognjenovic usou e abusou das centrais. Tanto que Milena Rasic finalizou a parcial com seis pontos, em sete tentativas no ataque, seguida por Mina Popovic, com cinco. Ficaram muito próximas da pontuação de Boskovic, com sete. Pelo lado italiano, sem tanta eficiência pelo meio, a pontuação ficou centralizada com as atletas das extremidades: Paola Egonu somou oito, seguida por Miriam Sylla (seis) e Elena Pietrini (cinco).
A destacar ainda a presença de Katarina Lazovic como titular no lugar de Bianka Busa na decisão. E, desta vez, zerada em pontos e com dificuldades para entregar o passe nas mãos da Maja.
No segundo set, muitos erros de saque de lado a lado. O duelo caiu bastante tecnicamente. A Sérvia chegou a comandar o placar quase até o fim, tendo 22 a 20 e parecia ter o controle das ações. Mas Boskovic mostrou ser humana. Ela errou um ataque longo, pouco depois tomou um bloqueio e viu a Itália fechar em 25-22. No duelo das opostos na pontuação na parcial, empate em sete a sete.
Montanha-russa é uma boa definição para o terceiro set. A Sérvia abriu 8 a 3. Mazzanti resolveu trocar Orro por Malinov. A Itália reagiu e rapidamente virou para 13 a 12. Foi a vez de Zoran Terzic mexer na linha de passe, com Busa no lugar de Lazovic. Só que neste caso a mudança não surtiu efeito. O passe sérvio seguiu dando prejuízo e a virada de bola continuou sofrível. Para piorar, a líbero Silvija Popovic errou bola de apoio no contra-ataque, Boskovic voltou a desperdiçar ataques e o psicológico do time foi para o espaço. Virada da Azzurra com autoridade: 25 a 19.
O quarto set mostrou a Itália tendo encontrado um antídoto para parar Boskovic. Ela tomou uma sequência de bloqueios. Sylla, Danesi, Chirichella conseguiram pontuar no bloqueio em ataques da canhota. A capitã Sylla, inclusive, fez o seu melhor jogo pela seleção nos últimos anos, sendo importante também no ataque, terminando com 20 pontos. Por falar em coadjuvantes, Pietrini também apareceu muito bem, com 13 acertos. Com isso, o peso de decidir não ficou apenas nas costas de Egonu. E assim, coletivamente, a Itália calou o ginásio em Belgrado para festejar o título Europeu pela terceira vez. O último havia sido em 2009.
Egonu terminou o jogo com 29 pontos, 25 deles no ataque, com 53% de aproveitamento, enquanto Boskovic ficou nos 21, com 40% de acerto ofensivo.