Em uma postagem nas redes sociais, na noite deste sábado, a equipe de Juiz de Fora, campeã da última Superliga B masculina, publicou uma nota de protesto. De acordo com o time mineiro, um problema de saúde debilitou seis dos 12 jogadores antes da partida com o Instituto Cuca. Foi pedido o adiamento do jogo, mas ele foi negado. Para evitar o WO, Juiz de Fora jogou assim mesmo, com atletas improvisados e sem reservas.
O Instituto Cuca ganhou por 3 sets a 1 (18-25, 25-13, 25-16 e 26-24). Confira a nota completa de Juiz de Fora:
“O JF Vôlei, através de sua direção, comissão técnica e atletas, vem manifestar o seu mais profundo protesto e repúdio aos fatos ocorridos para a realização da partida deste sábado (5/3), pela 7ª rodada da Superliga B, em Fortaleza. Antes do jogo, nada menos do que 6 jogadores da delegação de 12 foram considerados com “condição clínica comprometida” pela equipe médica do ginásio, por apresentarem quadro clínico de diarreia, vômito, dor abdominal e mal-estar. Imediatamente a situação foi levada à delegação oficial do jogo, à Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e à equipe anfitriã, o Instituto Cuca, com solicitação de adiamento da partida.
Para nosso espanto e contrariando todos os atributos do fair-play, o pedido foi negado. A resposta obtida foi que “ou entrávamos com apenas 6 jogadores em quadra ou perderíamos por WO”, como prevê o regulamento. Honrando os nossos 14 anos de história de competições ininterruptas (fato raro no país) e rigoroso cumprimento das normas, fomos para o jogo. O que se viu a seguir foi de envergonhar o esporte voleibol, com o time aquecendo às pressas a apenas 10 minutos da partida, equipe sem centrais a maior parte do tempo, jogadores saindo da ambulância para a quadra, entre outros acontecimentos lamentáveis.
O resultado final foi o que menos importou. Não foi o JF Vôlei que perdeu por incríveis 3 a 1, com o tie-break bem próximo (ainda com todos os desfalques). Quem perdeu foi o voleibol. Foi o exemplo que deixou de ser dado para milhares de jovens que veem no vôlei um caminho de inclusão e justiça social. Essa é a razão do nosso projeto. Mas parece que não é bem assim em outros tantos que se dizem sociais por aí. A mensagem de ganhar a qualquer custo foi a que ficou. Infelizmente!”.