A primeira temporada profissional de Julia Bergmann começou no mês passado. Com a camisa do THY, da Turquia, a ponta de 22 anos vive a experiência inicial por clubes, após terminar a graduação em Física na Universidade de Georgia Tech, nos Estados Unidos. Foi na NCAA, a liga universitária, a consolidação dela como um talento do vôlei brasileiro. E, por conta das regras, foi lá também que a atleta precisou lidar com “querer e não poder”.
Durante o período de estudos, Julia Bergmann não pôde defender um clube. O calendário educacional também a impediu de estar à disposição da Seleção Brasileira em grandes competições, como Mundial e Olimpíada. E ela admite a dificuldade para lidar com tal cenário.
Em um perfil publicado pela Volleyball World, nesta quarta-feira (8/11), Julia Bergmann relembrou os primeiros passos na Seleção Brasileira após a convocação inicial em 2019, as dificuldades de conciliar o estudo com a carreira profissional e perder grandes competições do último ciclo olímpico, a relação com José Roberto Guimarães e o processo de evolução na ainda curta carreira.
A ESPERA PARA INICIAR A CARREIRA PROFISSIONAL
É ótimo estar na Seleção nacional em tempo integral agora e, como terminei a faculdade, posso me concentrar apenas no vôlei. Cada vez que assistia a uma final ou apenas ao time jogando, como nas Olimpíadas de Tóquio ou no Mundial, era difícil para mim não estar lá. Só pensava que queria estar com a equipe e ajudá-la. É um sonho jogar nas Olimpíadas e no Mundial. Assistir de longe foi uma motivação para eu trabalhar mais para poder estar lá.
RELAÇÃO COM JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES
Zé Roberto é um dos maiores treinadores de todos os tempos. A primeira vez que o conheci foi realmente intimidante porque ele conquistou muito e treinou as melhores jogadoras do mundo. Tinha medo de falar com ele, mas aprendi ao longo dos anos que precisava fazer perguntas e poder me comunicar com ele para aprender porque ele tem muito a ensinar. Quando interagi com ele pela primeira vez, em 2019, ainda tinha um pouco de medo de fazer perguntas, mas agora evoluiu muito e ele às vezes me liga para saber como estão as coisas. Há uma comunicação excelente e aberta entre nós.
CARINHO DA TORCIDA
Nossos torcedores estão sempre conosco, mesmo depois de derrotas difíceis. Onde quer que vamos, vemos torcedores brasileiros nas arquibancadas e é realmente impressionante o quanto eles amam o vôlei e o nosso time.
PROCESSO DE EVOLUÇÃO EM QUADRA
Quando estou na quadra, apenas tento me lembrar que treinei para esse momento por muito tempo e que enfrentei muitos altos e baixos ao longo da minha carreira. Então esse é o momento de fazer o que sei e jogar vôlei. Mesmo quando as coisas não vão bem, gosto de pensar que sempre podemos superar os momentos difíceis. É falar com as pessoas, respirar fundo e confiar em mim mesma. Às vezes, tudo que você precisa fazer é começar do zero.