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Karakurt se perdeu no personagem

Opinião de Daniel Bortoletto sobre os repetidos atos da atacante turca Ebrar Karakurt durante jogos de clubes e seleções
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Ebrar Karakurt, definitivamente, precisa repensar suas ações dentro de uma quadra de vôlei. Sua forma de vibrar, na maioria dos pontos feitos, deixou de ser algo aceitável. E virou algo completamente reprovável.

Fico muito à vontade para escrever essas linhas pois eu já defendi Karakurt. Sim, é isso mesmo. Eu achei, tempos atrás, que ela fazia bem ao esporte ao trazer o “coração” para a quadra. Escrevi e falei em lives sobre isso algumas vezes, vendo algo saudável no comportamento da jogadora da seleção da Turquia.

Ela, porém, se perdeu no personagem. Entre o limite da comemoração e o desrespeito, Karakurt optou pelo segunda opção. E, com a conivência da arbitragem mundo afora, ela aumentou a frequência de ações indefensáveis. O que justifica vibrar de frente para o rival no primeiro ponto do jogo? Sequer existe uma temperatura justificável para fazer isso nas ações iniciais de uma partida.

Enquanto não levar cartões e for punida pelo comportamento desrespeitoso com as rivais, Karakurt vai achar que não está fazendo nada errado. Fico me perguntando ainda se algumas companheiras de time não se incomodam também. Não tenho informação de que ela já tenha sido repreendida por treinadores ou jogadoras do mesmo time/seleção recentemente. Educar é sempre o melhor caminho.

Nunca fui contra afrontes e provocações em eventos esportivos. Pelo contrário. O “trash talk”, por exemplo, faz parte da cultura de diversas modalidades nos Estados Unidos. O Brasil, em sua geração mais vitoriosa no vôlei masculino, ganhou jogos no passado usando a tática de desestabilizar os adversários. Era a forma de compensar o dia em que o melhor jogo, tecnicamente falando, não aparecia.

Karakurt tem ultrapassado uma fronteira perigosa. E, para o próprio bem, deveria repensar as atitudes.

Por Daniel Bortoletto

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