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Kiraly revela drama de Poulter, evolução do time e elogia o Brasil

Confira como o treinador americano Karch Kiraly viu a vaga nas quartas e projeta a semi contra o Brasil em Paris
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Brasil marca o último ponto na vitória sobre a República Dominicana, nas quartas de final dos Jogos de Paris. Karch Kiraly, sem mexer um músculo da face, se levanta da cadeira na Arena Paris e caminha rumo aos vestiários. Ele teria algumas horas para assimilar o que viu e mudar a chave para EUA x Polônia, que jogariam na sequência.

Com as americanas classificadas para a semi, Kiraly pôde falar sobre as brasileiras. Nesta quinta-feira (8/8), a partir das 11h (de Brasília), o clássico define a primeira finalista do torneio feminino de vôlei em Paris-2024.

– Elas estão jogando um vôlei muito bom agora. Vai ser um jogo difícil – disse Kiraly, que vinha sendo bem “econômico” nas palavras em suas entrevistas durante a primeira semana da Olimpíada.

O treinador vem batendo na mesma tecla conversa depois de conversa em Paris: sua atual formação titular tem pouco tempo de utilização. Com problemas para encontrar um time durante todo o ciclo, Kiraly encontrou no decorrer dos Jogos o trio de extremidades Annie Drews, Kathryn Plummer e Avery Skinner. Com elas em ação, Jordan Larson, Kelsey Robinson-Cook e Jordan Thompson acabaram no banco de reservas.

– A primeira vez que jogamos com essa escalação inicial foi contra a Sérvia . A maioria dos outros times joga há anos com a mesma escalação, mas agora temos três partidas. As coisas estão se encaixando – comentou Kiraly.

Na estreia em Paris contra a China, Larson e Robinson começaram jogando. O time perdia por 2 a 0 quando ele mudou a dupla de ponteiras. Mesmo perdendo no tie-break, ele gostou do que viu com Skinner e Plummer. E adotou a dupla.

Em tese, ele perde no passe e ganha em poderio ofensivo com o atual time. E esse “peso de bola tem ajudado na campanha. Skinner soma 46 pontos, dois a mais do que Plummer. Drews fez 73, ocupando o quarto lugar entre as maiores pontuadoras do torneio.

ALIVIADO

Kiraly ainda deixou a Arena Paris Sul, depois das quartas de final, satisfeito por ter jogado apenas 3 sets. Assim ele conseguiu poupar os esforços da levantadora Jordyn Poulter. Depois de passar uma temporada lesionada e ficar mais de um ano sem jogar, ela voltou a ter problemas na VNL e chegou a ter a presença questionada em Paris. A ponto de o treinador inscrever Micha Hancock como a suplente.

– Ela trabalhou muito duro. As coisas estavam indo bem, mas algo aconteceu numa sexta-feira, dois dias depois de anunciarmos nossa seleção olímpica. Ela não jogou uma partida completa até segunda-feira contra a China. Ela ficou quase dois meses assim – revelou o treinador, contando ainda uma conversa que teve com integrantes da comissão:

– Falei com o nosso preparador: “Você está me dizendo que a única maneira de descobrir se Jordyn consegue jogar uma partida completa de vôlei é fazendo-a jogar uma partida completa de vôlei? Tudo bem, então.” Ela queria estar mais em forma do que nunca. Ela realmente se esforçou. Nosso preparador disse que, durante aqueles 18 meses em que ela não estava jogando vôlei, Jordyn estava se esforçando tanto na academia que tem uma capacidade que é provavelmente de cinco a 10 vezes maior que a de qualquer uma em nosso time.

Por Daniel Bortoletto, em Paris

Tags: Estados UnidosKarch Kiraly

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