A história de Julia Kudiess, destaque do Gerdau Minas e da Seleção Brasileira, tem uma ligação direta com uma das maiores referências do vôlei nacional: Leila Barros. Medalhista olímpica e ídolo da modalidade, a ex-jogadora revelou em entrevista ao Basticast que teve papel decisivo no início da carreira da central de 22 anos, e que a relação entre as famílias começou ainda em Brasília (DF), antes de Julia sonhar em se tornar atleta profissional.
– Eu e o Emanuel sempre fomos muito próximos dos pais da Julia. A Gerusa, mãe dela, sempre foi muito apaixonada por vôlei. E ela tinha em casa três filhos incríveis. Quando bati o olho neles, a Laura, a Julia e o Bernardo, perguntei se gostavam de vôlei. E ela disse que amavam – relembrou Leila no podcast.
Os irmãos Kudiess começaram a praticar o esporte na escola, incentivados pela ex-jogadora. Com o tempo, o talento chamou atenção.
– Quando começaram a evoluir, perguntei se ela queria que eu ligasse para o Minas para fazerem um teste. E ela topou – contou.
A primeira a passar foi Laura, irmã mais velha de Julia. Aprovada, ela e a família se mudaram para Belo Horizonte (MG), e pouco depois, foi a vez de Julia conquistar sua vaga no tradicional clube mineiro. Hoje, a caçula é a única que seguiu carreira e desponta como uma das principais centrais da nova geração.
– Hoje a Julia está voando. Ela sempre foi muito determinada. Tenho certeza que vai arrebentar nos Jogos de Los Angeles em 2028 – projetou Leila, confiante no futuro olímpico da atleta.
O carinho é recíproco. Julia nunca escondeu a admiração pela ex-jogadora e revelou que o número de sua camisa é uma homenagem direta.
– Minha mãe é amiga íntima da Leila, e quando eu ainda era menina falei que queria ser a número 8 por causa dela – contou em entrevista recente.
CARREIRA
Além da relação com Julia, Leila relembrou no podcast momentos marcantes da própria trajetória, desde o início em Brasília até o auge com a Seleção. Ela falou sobre a resistência do pai, que não queria que seguisse o vôlei, e emocionou-se ao lembrar do momento em que recebeu o perdão dele após uma grande conquista internacional.
– Em 1996, eu fui a melhor do Grand Prix e ganhei um troféu, quando cheguei em Taguatinga meu pai se emocionou e me pediu perdão por não ter acreditado nos meus sonhos. Virei para ele e disse que esse troféu era dele, porque se não fosse ele ter duvidado de mim, eu teria desistido. Eu queria provar para ele e para mim que eu seria capaz – relembrou a ex-jogadora.
Leila ainda abordou temas delicados, como o incômodo com o rótulo de “musa”, que a levou a mudar o visual, e o arrependimento por ter trocado a quadra pelo vôlei de praia no auge da carreira.
– Eu não estava bem emocionalmente. Fui porque já tinha compromissos, mas não era o momento. O lado bom é que conheci o Emanuel.


