Na Itália, em 2010, o vôlei pôde ver uma jovem e fantástica geração encher os olhos do planeta. No Campeonato Mundial, Cuba foi finalista da competição, deixando vários favoritos para trás, com uma equipe formada por Leal, Leon, Simon, entre outros.
Dez anos depois, os principais nomes daquela geração tomaram caminhos distintos. Leal agora defende a Seleção Brasileira, Leon passou a jogar pela Polônia, enquanto Simon flertou com a naturalização pelo Canadá, mas voltou a defender Cuba em 2019. E todos eles se firmaram entre os melhores do mundo.
Em live promovida pelo Web Vôlei, na quinta-feira, Leal relembrou aquela conquista cubana e colocou Leon no topo:
– Hoje Leon, pelo potencial que tem e pela idade (26 anos), é um dos melhores jogador da atualidade – garantiu Leal.
Naquele Mundial, Leon, então com 16 anos, começava a assombrar o mundo com sua força física, apesar de ter idade para atuar com os juvenis. Leal, na ocasião com 21, lembra-se bem do fenômeno.
– O gente chegou para treinar em Cuba e viu um menino de 13 anos. Caminhava todo estranho, era grande. O Orlando Samuels, nosso treinador, o levou para treinar. Leon nem jogava com a gente na época, apenas com o juvenil. E logo foi para Havana, ir direto para a seleção (adulta), por conta da saída de jogadores para fora. Assim os atletas jovens estavam queimando etapas. Com 14 anos, ele passou do cadete para seleção principal. E foi para a Liga Mundial. Acho que contra a Rússia, ele chegou e fez quatro, cinco pontos de saque. Parecia que tinha 30 anos (risos) – relembrou Leal sobre o atual destaque do Perugia, principal rival do Civitanova na Itália.
No Mundial de 2010, Cuba chegou à final e perdeu para o Brasil por 3 sets a 0 na decisão, após ter batido o time de Bernardinho na fase de classificação. E Leal admite que faltou maturidade para o grupo tentar o ouro.
– Nosso time era muito jovem e acho que o mais velho era o Simon que tinha 22, 23 anos. A média de idade era 21 anos. A gente tinha ido bem na Liga e depois fomos para a o Mundial. A gente começou a ganhando do Brasil, que era o time a ser derrotado, por 3 a 2, E depois começamos a ganhar mais jogos. O time jovem tem de ter a vontade de jogar e isso se confirmou naquela época. Nosso time falou assim: “Estamos aqui, podemos chegar mais longe”. E chegamos às quartas de final, depois às semifinais. O duelo contra a Sérvia e foi um grande jogo, muito disputado, ganhamos e chegamos à final. E aí perdemos a cabeça. Fizemos muita besteira, festa no hotel… Ficamos celebrando como se já fossemos campeões. A vaga na final para nós já era um título. Perder para o Brasil na final já era bom demais (risos). Pensávamos em chegar entre os oito primeiros e chegamos à final.
Por Daniel Bortoletto (a frase do título foi atualizada às 17h)