O Trentino chegou, neste fim de semana, à 14ª vitória seguida somando Campeonato Italiano e Champions League. Dentro da engrenagem do time, uma peça brasileira passou a funcionar muito bem desde então. O ponteiro Lucarelli venceu os problemas da adaptação, o baque da perda do pai, encontrou o entrosamento com Gianelli e atravessa sua melhor fase na primeira temporada fora do Brasil.
Neste domingo, ele foi o entrevistado de Andrea Zorzi em uma programa produzido pela Liga Italiana. Confira alguns trechos da conversa:
14 VITÓRIAS CONSECUTIVAS
– Não há segredos específicos por trás dessa série positiva. Começamos a temporada com grandes dificuldades: lembro-me bem da primeira derrota em casa frente ao Verona, um péssimo 0 a 3, depois os problemas também com a Covid. Não esperávamos um início tão difícil, mas depois colocamos ainda mais dedicação e cuidado no trabalho diário, todos juntos, e conseguimos voltar a subir, continuando a aumentar a nossa confiança. Agora também estamos bem no nível mental: jogamos, ganhamos e sorrimos e tudo é mais simples.
CAMPEONATO ITALIANO
– Antes mesmo de vir para a Itália já considerava a Liga o campeonato mais difícil do mundo. E agora que jogo há alguns meses só posso confirmar. Você nunca pode baixar a guarda com nenhum oponente. Ao contrário do que acontece, por exemplo, na Superliga brasileira, aqui todas as equipes são muito competitivas. Se você joga mal perde para qualquer um. Tudo isto é muito estimulante porque obriga você a trabalhar sempre ao mais alto nível.
A LÍNGUA ITALIANA
– Em julho de 2020, antes de vir para a Itália, comecei a estudar italiano sozinho, baixando um aplicativo para iPad e estudando todos os dias. Há dois meses comecei a falar mais frequentemente com os meus companheiros e isso ajudou muito a melhorar. É por isso que agora entendo tudo.
NEVE
– Aqui em Trento, nas últimas semanas, vi a neve ao vivo pela primeira vez. Estive na Itália várias vezes no passado, mas nunca nos meses de inverno. Passei a primeira nevasca da minha vida fazendo vídeos para mandar para minha mãe, para mostrar esse espetáculo da natureza que nós no Brasil pouco conhecemos. Depois de dois dias de magia, no entanto, admito que entendi que também teria que lidar com os aspectos menos agradáveis da neve: temperaturas baixas e mais dificuldade de dirigir o carro.
TRENTINO
– Nos últimos anos, recebi muitas ofertas para vir jogar na Itália, mas sempre as recusei até me sentir realmente pronto para enfrentar este desafio. O Trentino sempre foi um clube de que gostei, que já conhecia bem por ter visto tantas vitórias internacionais no passado. Kaziyski e Juantorena foram modelos para mim quando me aproximei do vôlei, eu os vi jogando com a camisa amarelo-azul e me inspirei neles.
GIANNELLI
– O Simone tem uma mentalidade muito parecida com a do Bruno. Ele sempre dá o melhor nos treinos e exige muito de si mesmo. Ele é jovem, mas já sabe exatamente o que fazer. Está fazendo uma ótima temporada e encontrar um entrosamento com ele foi muito simples.