O técnico Luizomar de Moura escreveu um texto sobre a oportunidade de estrear nos Jogos Olímpicos em Tóquio. Ele comandará a seleção feminina do Quênia, tendo ao seu lado mais cinco profissionais do Osasco/São Cristóvão Saúde: o assistente técnico Jefferson Arosti, o preparador físico Marcelo Vitorino de Souza, o fisioterapeuta Thiago Menezes Lessa Moreira, o estatístico Leonard Lopes Barbosa e o gerente de marketing Beto Opice.
A presença dos brasileiros na delegação queniana foi possível graças a um projeto de desenvolvimento da modalidade da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).
O Quênia de Luizomar, inclusive, está no grupo da Seleção Brasileira na primeira fase dos Jogos Olímpicos. O duelo acontecerá no dia 2 de agosto, pela última rodada.
Confira o texto de Luizomar de Moura na íntegra:
“Se toda caminhada começa com o primeiro passo, escalar o Monte Olimpo exige muito esforço, comprometimento, dedicação, resiliência e uma boa dose de fé.
Fé em trabalhar. Fé em resistir. Fé na crença de que sonhos existem para serem realizados.
Chegar ao simbólico topo do Monte Olimpo significa realizar o sonho de participar da Olimpíada.
Junto da felicidade e da sensação de realização ao chegar na Vila Olímpica, vem o sentimento de que vale a pena seguir sonhando. Chegamos até aqui. Agora vamos à competição. Vamos dar o nosso melhor, pois quem dá o seu melhor, sempre vence, independentemente do placar em quadra.
O que vem depois? Mais sonhos. Sonhos maiores. E muito trabalho para torná-los também realidade.
Nesse momento de alegria, é preciso agradecer a todos que, de uma forma ou de outra, estiveram comigo nessa escalada. Como diz a letra da música “Prelúdio”, do Raul Seixas:
“Sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade”
Assim, quero externar minha eterna gratidão:
– À minha esposa Márcia, minha parceira de vida, que me acompanha a tanto tempo nessa longa estrada, que não me deixa cair, que é mãe e pai durante as minhas ausências em função do esporte.
– Aos meus filhos, meus moleques, para quem tento sempre ser exemplo.
– Ao meu irmão Laureano, que, quando eu tinha 14 anos e meu pai queria que eu começasse a trabalhar para ajudar em casa, pediu ao meu pai para me deixar continuar jogando voleibol. Para isso, ele, que já trabalhava, ajudaria um pouco mais nas despesas da casa.
– Aos meus pais, que mesmo com toda dificuldade, nunca deixaram me faltar nada.
– Aos meus treinadores, por me mostrar que através do esporte eu teria um futuro.
– Aos meus companheiros dos tempos de atleta, amigos com os quais compartilhei o sonho de, um dia, estar em uma Olimpíada.
– Aos meus mestres na faculdade de Educação Física em São Caetano do Sul, que me apresentaram o Olimpismo e nesse primeiro contato já senti um frio na barriga.
– Às minhas atletas, das seleções de base ao adulto, por acreditarem nas minhas palavras sobre se tornarem atletas olímpicas, pois, no fundo, eu também sonhava com isso.
– À Federação Internacional de Voleibol pela sensibilidade e atitude de investir no desenvolvimento do voleibol de forma global e pela confiança no meu trabalho.
– Ao Comitê Olímpico do Quênia, federação e toda a seleção de vôlei queniana, que me recebeu de forma tão calorosa e estendeu esse carinho e confiança a minha Comissão Técnica.
– À Diretoria do Osasco pelo apoio à minha carreira nesse momento especial e a todos que me acompanham e torcem por mim.
– À cidade de Osasco, por acolher e amar o voleibol tanto quanto eu e todos os profissionais que há anos trabalham para consolidar Osasco como a Capital Mundial do Vôlei.
A todos, de coração, o meu muito obrigado”.