Os técnicos Luizomar de Moura e Renan Dal Zotto acreditam que o vôlei nacional precisará de união e solidariedade para ressurgir com a força que a modalidade merece após a pandemia do novo coronavírus. Os treinadores se encontraram virtualmente em uma live transmitida pela página do Time Legado no Youtube, na tarde da sexta-feira, quando também debateram outros temas, com destaque também para gestão de projetos e a valorização do trabalho de base.
– Ainda não sabemos como vamos voltar quando a pandemia for controlada, mas certamente precisaremos de união, solidariedade tanto dos meios de comunicação e sensibilidade da Confederação Brasileira de Vôlei no entendimento sobre a necessidade da exposição e espaço para os patrocinadores. Isso porque, se as empresas deixarem de investir no esporte, passaremos por um período de enormes dificuldades, além dos desafios naturais de reorganizar a modalidade após o coronavírus – defendeu Luizomar, que citou os esforços do Osasco Audax/São Cristóvão Saúde para manter as entregas para os patrocinadores, mesmo sem os jogos.
– Com o encerramento precoce da Superliga, os patrocinadores perderam a cereja do bolo, que é a alta exposição nas fases finais do campeonato. O nosso departamento de marketing trabalhou intensamente, buscando alternativas criativas para entreter o torcedor e manter as entregas de exposição para as empresas que nos apoiam. Foram feitas lives com as atletas e com os fãs, treinos online e ações sociais, como a campanha de apoio às doações para ajudar a prefeitura na distribuição de máscaras de proteção. As atletas também entenderam a necessidade de se doar um pouco mais e colaboraram. Tudo isso foi importante e, acredito, mantém a característica de Osasco de estar na vanguarda e ser um case de sucesso em termos de marketing – completou Luizomar.
Renan seguiu a mesma linha.
– Acredito que todo mundo vai se unir e colocar o vôlei em um grande guarda-chuva. Teremos que nos reinventar e trabalhar juntos, porque, sem o apoio dos patrocinadores e grandes empresas, será o caos – afirmou.
Na conversa entre os treinadores, a importância da base e a gestão de projetos mereceram destaque.
– A saída para o esporte, tanto em termos de massificação como promoção de saúde, é a escola – disse Renan.
Sobre gestão, a longevidade e o sucesso de Osasco entrou na pauta da conversa.
– O vôlei me deu a oportunidade de conversar com pessoas que eu nem imaginava, de gestores públicos a grandes empresários. Tanto para um como para outro, é preciso mostrar que ninguém pode prometer vitórias, mas, sim, engajamento da comunidade, oportunidades para a melhora da qualidade de vida e autoestima da população, que passa a assistir grandes jogos e ver ídolos de perto, além da divulgação de políticas públicas para promoção de um estilo de vida saudável, especialmente para a juventude, e, claro, exposição de marca. Tudo isso a gente aprende ao longo dos anos e estamos sempre à disposição para compartilhar informações e ajudar, o que, inclusive, já fazemos em cursos em Osasco – completa o treinador de Osasco.