O vôlei peruano está de luto. Morreu, nesta quinta-feira, o coreano Man Bok Park, 83 anos, ex-treinador da seleção feminina do Peru, vice-campeã mundial e medalhista de prata na Olimpíada.

Park desembarcou no Peru em 1974, assumindo a condição de assistente técnico do japonês Akira Kato. Em 1981, o coreano dirigiu a seleção juvenil peruana no Mundial da categoria, conquistando a segunda colocação.

Um ano depois, após a morte de Kato, ele assumiu o time adulto feminino do país. No mesmo ano, no Mundial, outro inédito vice-campeonato, com derrota para a China na decisão. Nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, Park esteve perto de um inédito pódio, terminando na quarta colocação, após cair diante do Japão na disputa pelo bronze.

Depois daquele resultado, ele iniciou um processo de renovação na seleção peruana. Era o início da geração de Gina Torrealva, Rosa García, Natalia Málaga, Cenaida Uribe, Denisse Fajardo e Gabriela Pérez, uma jovem de 14 anos e 1,94m. Juntas com Cecilia Tait, passaram a formar um dos melhores times do planeta.

Em 1986, no Mundial da Tchecoslováquia, o Peru foi ao pódio, em terceiro lugar. Dois anos depois, em casa, Park levou as peruanas à final olímpica nos Jogos de Seul. Ganhando do Brasil por 3 a 0, da bicampeã mundial China por 16-14, no quinto set, após estar perdendo por 14 a 9, e dos Estados Unidos, após sair em desvantagem de 2 a 0, as peruanas chegaram à semifinal. Por vaga na decisão, triunfo sobre o Japão, novamente por 3 sets a 2.

O sonho dourado foi frustrado pela poderosa União Soviética, de forma dura. O Peru venceu os dois primeiros sets, ganhava o terceiro por 12 a 6, mas levou uma incrível virada. Na parcial decisiva, as sul-americanas tiveram três match points, não aproveitaram e acabaram com a medalha de prata. Mas o legado de Mister Park estava eternizado.