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Macris elogia novatas: “Estão muito a fim de aprender”

Levantadora está, assim como muitas novatas, na lista de Zé Roberto para o Mundial. Título seria inédito para Macris e as jovens
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Aos 33 anos, Macris vive a expectativa de disputar o primeiro Campeonato Mundial com a Seleção Brasileira. Considerada uma das melhores levantadoras da atualidade, a paulista lidera uma renovação da equipe verde e amarela e vê enorme potencial das novas gerações do país.

– A meninas estão muito presentes e a fim de aprender, crescer e se abrir para as possibilidades. Vejo que isso vai ser muito positivo para nós. Vemos o Zé (Roberto Guimarães), que se dedicou a fazer trabalhos formadores e isso precisa ser incentivado. Então, fica um pedido para que as empresas e outras pessoas apoiem e incentivem a base, porque isso auxilia na formação do jovem como pessoa e como atleta. É muito importante que as jogadoras jovens tenham essa oportunidade – comentou Macris, em entrevista às “Dibradoras”.

Convocada para a Seleção Brasileira pela primeira vez em 2015, a levantadora acredita que a experiência na equipe nacional a ajudou demais no desenvolvimento como atleta. Ela celebra as oportunidades, ainda que tardias em sua carreira.

– Digo por mim, talvez eu tenha tido um desenvolvimento tardio porque eu só fui conhecer algumas coisas com a Seleção, onde eles ensinam cada detalhe, especialmente para levantadora. Na idade delas eu não tive essa oportunidade, e o fato de elas jogarem importantes competições só tem a agregar – acrescentou Macris.

Apesar de ter participado do ciclo olímpico da Rio-2016, Macris ficou fora da convocação para aquelas Olimpíadas. Cinco anos depois, ela liderou a Seleção na conquista do vice-campeonato nos Jogos de Tóquio. Hoje, a atleta foca em ser campeã mundial. Seria um título inédito para o Brasil, que foi prata três vezes na competição.

O Brasil está no Grupo D, ao lado de República Tcheca, Argentina, Colômbia, Japão e China. As quatro melhores se classificam para a fase seguinte. A Seleção estreia no sábado (24), contra as tchecas, às 15h30 (de Brasília).

Após o Mundial, Macris se apresentará ao Fenerbahçe, da Turquia, para a temporada 2022/2023, em que viverá sua primeira experiência no exterior.

– Eu já tinha conversado com o Zé e ele me disse que, após Tóquio, seria importante ter essa experiência e ver como está o nível internacional. Eu já pretendia que isso acontecesse nesse próximo ciclo olímpico para que eu possa estar preparada da melhor maneira. Caso apareça uma nova oportunidade em Olímpiadas, eu quero estar na minha melhor condição – concluiu.

Confira outros trechos da entrevista

Início no vôlei

– Precisavam de uma pessoa para completar o time e como sabiam que eu tinha os fundamentos do vôlei, me chamaram. Mas, em algum momento, eu sabia que isso iria caminhar junto da minha trajetória. A vontade de me dedicar a esse esporte sempre foi muito grande.

Escolhas de clubes na carreira

– Ao longo da minha carreira, sempre busquei evoluir. Mesmo que jogasse por equipes que não disputassem o topo da tabela naquele momento, que talvez não seriam a melhor opção financeiramente, eu achava muito importante estar atuando, ganhar experiência. Fui buscando dar um passo de cada vez para crescer em equipes que pudessem elevar o meu nível. E, com o Minas, eu consegui um novo patamar no meu voleibol porque eles me proporcionaram oportunidades de disputar Campeonatos Sul-Americanos de clubes, de chegar em finais e ser campeã de Superliga, de jogar Mundial de Clubes.

Jogar no exterior

– Agora, entendo que estou num momento nessa busca por crescimento, por novas experiências e jogar fora (do Brasil) vai será uma ótima oportunidade de saber como está o meu nível internacional, passar por dificuldades e novos desafios também.

Trajetória na Seleção

– Em 2015 foi minha primeira convocação pra seleção e já foi pra equipe adulta. Eu não tinha nenhuma experiência internacional, não tinha nem passaporte e foi uma novidade pra mim. Tive a oportunidade de jogar um Pan-Americano como titular em Toronto e foi muito bacana viver tudo aquilo, ao lado de jogadoras experientes. Em 2016 já era um ano olímpico, mas eu tinha acabado de chegar na seleção, não me via preparada pra ter uma oportunidade. E aí foquei nos clubes e me preparei para que quando tivesse uma nova oportunidade, que eu fosse convocada.

Relação com Zé Roberto

– Pra mim foi muito enriquecedor absorver todo esse conhecimento e aos poucos ir entendendo outras necessidades e importâncias dentro do jogo como levantadora, não só em relação ao levantamento. Então é algo que ele (Zé Roberto) busca muito: ser uma jogadora completa que defende bem, sabe bloquear, sacar, para contribuir com a equipe. Vejo que ele consegue passar muito conhecimento pras jovens atletas, de ensinar, de ter essa paciência, de mostrar que tem que trabalhar duro, fazer repetição, buscar algo a mais. E pra nós é um privilégio ter alguém multicampeão, que também foi atleta e teve as vivências que nós passamos hoje e, agora, ter a oportunidade de absorver tudo isso.

A lesão sofrida em Tóquio

– A gente vai na adrenalina e na motivação. Mas assim que pisei no aeroporto pra ir embora, já senti que não ia conseguir andar mais depois de ter jogado as quartas, semifinal e final daquele jeito. Baixou a adrenalina e tive que chegar de cadeira de rodas no Brasil. As Olimpíadas têm, realmente, um ar diferente de todos os campeonatos. Não mudaria em nada o que eu fiz, mas a gente paga um preço por exigir tanto do corpo. A temporada inteira foi muito difícil pra voltar ao ritmo, lidar com dor, ter uma superação. Foi importante ter passado por isso com o suporte das pessoas, mas até hoje eu jogo de tornozeleira com receio de passar novamente por uma lesão e sigo no trabalho pra voltar, tanto na questão do fortalecimento, na parte técnica e física mesmo.

Tags: Campeonato MundialMacrisSeleção Brasileira

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