Quando o Minas disputou sua última final na Superliga masculina, em abril de 2009, Maique tinha apenas 11 anos. Era a época em que ajudava a mãe na colheita de café e o pai como servente de pedreiro, em Santo Antônio do Amparo (MG), sua cidade natal. A partir desta quarta-feira, o líbero do Fiat/Minas terá a oportunidade de dar o passo inicial para fazer história no clube. A equipe mineira disputará o primeiro jogo da final da Superliga 20/21 contra o EMS/Taubaté.
– Nem imaginava viver tudo isso com aquela idade. Com 11 anos, a minha preocupação era ajudar os meus pais em casa de alguma forma. Olho para trás e passa um filme na mente: a criança cheia de sonhos que eu era e, hoje, me tornando um homem realizando tudo aquilo e podendo dar um conforto melhor para a minha família – disse Maique.
Ele sabe que o sentimento ao entrar em quadra, em Saquarema, será especial:
– Essa é a minha primeira final de Superliga. Era um momento muito esperado. É uma mistura de emoções até difícil de expressar. É um sentimento de gratidão e de muita alegria.
O confronto entre Fiat/Minas e EMS/Taubaté também terá em quadra o “duelo” entre Maique e Thales, os dois melhores líberos da atualidade do vôlei brasileiro, os dois nomes da posição para uma vaga nos Jogos de Tóquio.
– Para muitos, sim, mas só quero entrar e manter o nível do meu trabalho. Eu quero o título e dar o melhor de mim, sempre – disse Maique que, de acordo com as estatísticas da competição, é o primeiro colocado na recepção, com 76% de eficiência. Thales, com 75%, vem em terceiro (confira os destaques nas estatísticas da Superliga).
Maique não vê favoritismo de Taubaté pela presença de cinco campeões olímpicos: Bruninho, Lucão, Maurício Borges, Douglas Souza e Maurício Souza.
– Mas isso não nos abala, até porque acreditamos na nossa equipe e em todo o trabalho que estamos fazendo. Independentemente de quem esteja do outro lado, buscamos a vitória – finalizou.