O brasileiro Marcel Matz comandará a equipa masculina do Benfica pela terceira temporada consecutiva. Em entrevista ao jornal “Record”, o treinador revelou as razões que levaram à sua continuidade, destacando estrutura, ambiente e profissionalismo.

– Aqui, temos todas as condições para trabalhar. Isso não é uma opinião de agora, já a tenho desde o início, até por informações que recebi antes de vir para cá. O Benfica é um clube grande, sério, passa estabilidade para uma profissão de risco, o esporte de alta competição, que vive muito em função dos resultados. A minha família também gosta de estar em Portugal, por isso foram muitos fatores – disse.

Matz, de 40 anos, falou do plano que está sendo implementado no Benfica.

– Temos um projeto de médio prazo, bem delineado para o que queremos fazer com o voleibol do Benfica, e é para executar esse projeto. Espero que, além do planeamento, consigamos ter também resultados, pois aí as coisas ficam mais fáceis para colocar em prática o projeto. É esse o meu objetivo, trabalhar dentro do projeto que eu e o clube já traçamos desde há dois anos – comentou.

Para a temporada 2020/2021, o treinador aponta novos desafios, já que o cenário da pandemia alterou muito a rotina e o calendário.

– A nossa preparação vai ser mais curta, não vamos ter as seis, sete semanas, que é o que eu gosto de fazer na pré-temporada: vamos ter só quatro. Não vamos fazer treinos na praia, vamos diretamente no ginásio, para tentar aumentar a quantidade de treinos técnicos. Os jogadores, como todos os anos, tiveram um plano físico de trabalho, de duas semanas de pré-temporada para não chegarem tão mal, mas já vinham fazendo esse trabalho – afinal, ninguém consegue ficar tanto tempo parado. Há outros que também estão disputando o Campeonato de Voleibol de Praia (Tiago Violas e Ivo Casas), porque sei que para a cabeça deles é bom – explicou Matz.

Em relação às competições europeias (Benfica irá disputar a Challenge Cup), Marcel Matz defendeu que não é um retrocesso após presença na última Liga dos Campeões.

– Há que dar um passo atrás para dar depois dois em frente. Todas as competições europeias têm, como dizer, o seu ‘gostinho’. Depois vamos jogar uma prova em que o Benfica já chegou à final, e saindo de uma boa Liga dos Campeões não vamos entrar como franco-atiradores, entramos, para dizerem ‘o Benfica voltou para ganhar’.