No último sábado, 16.11, o argentino Marcelo Mendez completou dez anos no comando do Sada Cruzeiro (MG). Acostumado aos títulos – já são 35 apenas à frente do time mineiro – o treinador espera poder vibrar no próximo sábado, dia 23, quando o River Plate, seu time de coração, entrará em campo para a decisão da Copa Libertadores da América contra o Flamengo, em Lima, no Peru.

– Gosto de futebol. Atualmente não acompanho tanto, mas era fanático quando mais jovem. Aqui, no Brasil, torço para o Cruzeiro, e sempre que posso vou ao Mineirão assistir alguns jogos. E, na Argentina, torço para o River, como os meus filhos. Quando estou em Buenos Aires sempre tento ir com eles ao El Monumental. Fomos à final da Libertadores de 2015, quando o River foi campeão – lembra o técnico, que deu o seu palpite para a decisão de sábado.

– Com sofrimento, 1 a 0 River – aposta.

Depois de tantos anos morando na capital mineira, a relação com o país é grande.

– O Brasil foi o país que me abriu as portas para poder mostrar o que sei fazer. Primeiro, em Montes Claros, e depois, o Sada Cruzeiro confiou em mim e me brindou com todo o apoio que um treinador precisa para poder trabalhar à vontade e buscar implementar uma filosofia. Acreditaram no processo.

Início de tudo

Dos 35 títulos conquistados com o Sada Cruzeiro, destaque para o tricampeonato mundial, o hexacampeonato sul-americano e da Superliga, e mais recentemente, a 11ª conquista do campeonato mineiro.

– Conversar com o dono do time, Vittorio Medioli, me fez ter a certeza que este poderia chegar a ser um projeto vitorioso. Quando cheguei, o Sada Cruzeiro estava começando, porém, sabendo da estrutura que o time tinha à disposição, vi a oportunidade de crescer. Sempre procuro trabalhar com o intuito de deixar algo ao esporte, não só resultados, e o Sada Cruzeiro tem essa mesma visão.

Todo o sucesso na carreira de Marcelo Mendez, no entanto, tem um preço. Sua esposa e filhos seguem morando em Buenos Aires.

Longe da família

– É muito difícil ficar longe da família, mas foi assim que tive que construir a minha carreira como treinador. Faz 15 anos que estou trabalhando fora da Argentina. Não consegui assistir todos os acontecimentos familiares importantes, mas sempre tentei estar presente em quase todos. A minha família me apoia muito – admite o técnico.

– Todas as decisões que vamos tomando ao longo da nossa vida são importantes. Mas acredito que a mais importante foi aceitar a proposta de treinar o Son Amar Palma, na Espanha, em 2004. Não era muito dinheiro e tinha que deixar a minha família em Buenos Aires. Meus dois filhos ainda eram pequenos e a minha mulher estava grávida da minha filha Pilar. Foi difícil ficar cerca de seis, sete meses, sem ver a família. Porém, sabia que precisava mudar algo para continuar crescendo como técnico.

E depois de tanto tempo morando na capital mineira, Marcelo não esconde algumas de suas preferências na culinária brasileira.

– Naturalmente uma das coisas que mais gosto é o pão de queijo, mas o melhor de Belo Horizonte é o clima. Outra coisa que gosto é “tomar mate”, que aqui chamam de chimarrão, e o “asado”, que é o churrasco. Quando a família vem me visitar traz algumas coisas tradicionais na Argentina, como o doce de leite e alfajores – afirma.

Superliga

Nesta quarta-feira, dia 20.11, Marcelo Mendez comandará o Sada Cruzeiro pela terceira rodada da Superliga, contra o Vôlei Um Itapetininga, às 20h, no Ginásio Ayrton Senna.

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