O Minas Tênis Clube preferia disputar as quartas de final da Superliga em formato de bolha e com mudança no regulamento, com dois jogos e o golden set no lugar da terceira partida da série em melhor de três. Em contato com o Web Vôlei, neste domingo, Keyla Monadjemi, diretora de vôlei feminino, disse que o clube de Belo Horizonte abriria mão de convicções técnicas pelo sistema, visto como mais seguro neste momento de agravamento da pandemia de coronavírus no Brasil.
– Apesar de entender os argumentos de quem optou por manter as quartas de final, de saber que os clubes se mostraram flexíveis com alterações de mando de quadra, caso seja necessário, e de que os últimos testes entregues para a CBV foram todos negativos, eu acho que nós, clubes, erramos – disse Keyla. – O Minas entende que a opção da bolha é a mais segura e ideal, em detrimento até de questões técnicas. Como a maioria dos clubes, também não achamos o golden set o melhor formato. É claro que é melhor ter descanso entre os jogos. Nós temos atletas que precisam de trabalho especial e descanso entre as partidas. Mas, pensando na saúde de atletas e comissões técnicas, seria melhor a bolha para evitar viagens, mesmo com prejuízo nessas questões técnicas.
Ao fim da fase de classificação da Superliga, o Itambé/Minas terminou em primeiro lugar no feminino, enquanto o Fiat/Minas foi o quarto no masculino.
Desde o anúncio da Confederação Brasileira de Vôlei, na sexta, sobre a decisão tomada nas quartas de final, após reunião sugerida pelos próprios clubes, o Web Vôlei conversou com diversos participantes da reunião. A maioria não via a bolha como problema, inclusive aceitando a possibilidade de mini-bolhas, com duas cidades recebendo dois confrontos cada nos playoffs. Mas reclamou do calendário sugerido pela entidade. No feminino, por exemplo, a opção para as quartas de final da Superliga, era chegar em Saquarema na próxima quinta-feira, dia 11, e jogar já na sexta e no sábado. Empate nos confrontos forçaria a definição do classificado para semi no golden set, uma parcial extra disputada logo na sequência do duelo de sábado. Pela sugestão da CBV, seriam quatro jogos por dia, em sequência, provavelmente começando às 14h, com o último jogo iniciando às 21h30.
Outro ponto questionado por alguns clubes foi sobre o televisionamento, já que o SporTV teria de deixar a grade de um dos seus canais, o 2, somente com o vôlei durante metade do dia. Cenário que poderia fazer a emissora não exibir alguns deles, por ter outros eventos e modalidades sob contrato.
Com o aumento do número de casos e mortes por covid país afora e com várias cidades com normas mais rígidas com fechamento do comércio e toque de recolher, principalmente à noite, a tese das semifinais e da final da Superliga em formato de bolha ganha força. E será tema de nova reunião entre clubes e CBV nas próximas semanas. O problema para a realização em Saquarema é o calendário do local. Entre 18 e 21 deste mês está marcada a oitava etapa do Circuito Brasileiro feminino de vôlei de praia. Entre 25 e 28 será a vez do masculino. Pela tabela das quartas de final da Superliga, divulgada pela CBV neste fim de semana, caso necessário, um eventual terceiro jogo da série está marcado para o dia 22.
Por Daniel Bortoletto