Com uma atuação agressiva, firme, com muita variação de ataque – resultado da ótima distribuição do mago William – o Fiat Gerdau Minas conquistou o inédito título da Copa Brasil Masculina de Vôlei na noite desta sexta-feira, no Ginásio do Galegão, em Blumenau (SC). O time mineiro, que já tinha chegado a duas finais do torneio – em 2007, quando perdeu para a Cimed, e em 2019, na derrota para o  Sada Cruzeiro – venceu o Vôlei Renata por 3 sets a 0 – com parciais de 25-18, 25-15, 25-21 – e voltou a subir ao lugar mais alto do pódio 15 anos depois.

Adriano e Leozinho foram os maiores pontuadores da partida, ambos com 16 pontos cada um. O Vôlei Renata também buscava um título inédito. Foi finalista em 2016 e perdeu o título para o Sada Cruzeiro. A equipe campineira chegou à final deste ano depois de travar uma batalha de cinco sets e eliminar o favorito grupo cruzeirense – hexacampeão da competição -, na noite de quinta-feira, na semifinal.

O Minas não comemorava um título desde 2007, quando conquistou a sua última Superliga. Essa é a décima conquista do clube, que é o maior vencedor de torneios nacionais do Brasil. São três títulos de campeão brasileiro – antes de o torneio se chamar Superliga (1984, 1985 e 1986); quatro de Superligas (1999/2000, 2000/01, 2001/02 e 2006/07); dois torneios da Taça Brasil (antigo Campeonato Brasileiro), em 1964 e 1965 e, agora, o título da Copa Brasil. O Minas lidera a Superliga 2021/22 de forma invicta, com 12 vitórias em 12 partidas.

Sem Lucão, que se recupera de uma lesão no joelho e nem viajou para Blumenau, o Vôlei Renata não conseguiu imprimir o ritmo forte da partida da véspera contra o Sada Cruzeiro. Adriano manteve-se como o definidor das jogadas e Alê manteve a regularidade no passe e na defesa, mas o time não conseguiu encontrar os atacantes do Minas nem no bloqueio nem na defesa. Com maestria, o levantador minastenista, o campeão olímpico William, colocou todo mundo para jogar e abusou das bolas de meio com Juninho e Pinta, mesmo quando o passe ou o contra-ataque não eram perfeitos. Judson e Barreto não conseguiram parar os centrais adversários.

Com o bloqueio quebrado, os jogadores de segurança do Minas fizeram a festa. E Wiliam nem precisou adicionar tanto o seu principal pontuador da temporada, o oposto Leandro Vissotto, que vem de lesão.

O Vôlei Renata parece ter sentido fisicamente a guerra da semifinal. E, como o Minas não dava brechas para reação, acabou sendo presa fácil nos três sets. Muito concentrado, o time mineiro ligou o alerta depois da excelente atuação campineira na véspera e entrou em quadra muito concentrado e forçando o saque com confiança.

A equipe de Campinas voltou a pagar o preço de um problema que vem acontecendo desde o início da temporada. A falta da regularidade dos opostos. O titular Evandro vem de lesão e o reserva Nasser não tem conseguido manter um ritmo de jogo. González vem jogando praticamente sem um oposto desde o ano passado. Sentindo isso, o técnico Marcos Pacheco colocou em quadra, no terceiro set, seus três ponteiros, deslocando Temponi – um dos destaques da semifinal de quinta-feira – para atuar na saída da rede, numa tentativa de melhorar a virada de bola campineira.

Mas, o Minas seguiu implacável, amortecendo os ataques no bloqueio e contra-atacando sempre com pelo menos três opções para definir o ponto, deixando o bloqueio paulista perdido em muitas jogadas.

Com a chegada à final, o Vôlei Renata garantiu vaga no Campeonato Sul-Americano do ano que vem, que por sua vez vale vaga para o Mundial de Clubes. O Minas já estava garantido por ser a sede da competição.

Fiat Gerdau Minas: William, Leandro Vissotto, Honorato, Leozinho, Juninho, Matheus Pinta e Maique (líbero). Entraram: Kelvi, Everaldo, Sanchez. Técnico: Nery Tambeiro

Vôlei Renata: Gonzalez, Evandro, Adriano, Temponi, Judson, Barreto e Alê (líbero). Entraram: Cristiano, Canuto, Nasser, Guilherme. Técnico: Marcos Pacheco