É Dia das Crianças e deu Chiquititas. Contrariando mais uma vez a lógica e o favoritismo adversário, a jovem e valente equipe do Barueri derrotou o Sesi Bauru por 3 sets a 0 – parciais de 25-22, 25-21, 25-17 – na noite desta terça-feira, no Ginásio Panela de Pressão, em Bauru, fechando a série melhor de três das semifinais do Campeonato Paulista Feminino de Vôlei em 2 a 1, de virada. O time do técnico José Roberto Guimarães começou o playoff perdendo por 3 a 1 e venceu os dois confrontos seguintes por 3 a 0.
O adversário de Barueri na decisão será o Osasco São Cristóvão Saúde, que eliminou o Pinheiros na outra semifinal. O primeiro jogo será na próxima sexta-feira (15.10), às 21h30, com transmissão pelo SporTV.
O Sesi Bauru terminou a fase classificatória do Paulista invicto e na liderança e foi eliminado pelo quarto colocado. Barueri, que completou 5 anos de projeto nesta terça-feira, repete a campanha de 2019, quando também eliminou o Sesi Bauru na semifinal e encarou Osasco na decisão – acabou sendo campeão.
– Eu fico muito emocionado. Me emocionei durante a partida de ver a forma como o time jogou, como se apresentou. Ainda erramos muito saque no momento em que não podíamos, mas ver essas meninas jogando o voleibol alegre, feliz, com o pé no chão… Apesar das dificuldades a gente tem sempre na cabeça que não tem bola perdida, que tem de colocar o outro time para jogar. Para ganhar esse jogo a gente teria de ter a mesma disposição e foco. Elas estavam preparadas, mas poderiam sentir a pressão do Sesi, da torcida. Eu fico preocupado porque nós já perdemos ano retrasado 5 jogadoras, retrasado 5 jogadoras e eu a gente não queria jogar mais. Queria dar continuidade para que elas aprendam e evoluam. Minha família se dedica muito, minha mulher, minhas filhas… Mas a gente precisa de ajuda, a gente precisa da apoio para não deixar esse projeto bonito morrer. O importante é que elas joguem bem, aprendam e sejam mulheres empoderadas, mulheres para o mundo – disse Zé Roberto Guimarães, em entrevista ao SporTV, depois do jogo.
O treinador comentou o fato de enfrentar Osasco na decisão:
– Estive lá quatro anos, fui quatro vezes campão estadual, a torcida faz a diferença. Pra gente é um privilégio chegar à final e enfrentar uma equipe como Osasco na final. Elas têm de entender que existe a possibilidade. Que a gente faça um grande jogo, em nome do voleibol brasileiro – completou o tricampeão olímpico.
Barueri jogou com disciplina tática o tempo inteiro. Sacando nas ponteiras – Drussyla e Alyieva – e contando com o seu bom bloqueio e sistema defensivo para pontuar nos contra-ataques. Glayce e Karina foram gigantes no ataque. E o bloqueio deu aula: foram 11 pontos no fundamento, contra apenas 3 de Bauru. Os dois primeiros sets foram parecidos. O placar foi parelho até a segunda metade das parciais e, na reta final, as visitantes tiveram mais tranquilidade para colocar a bola no chão.
No terceiro set, Rubinho perdeu a paciência com as estrangerias e fez três alterações na equipe que começou jogando. Nia Reed saiu para a entrada da Pâmela; Suelle foi mantida no de Alyieva e Mara substituiu Mayany. Barueri fez logo 4 a 0 e seguiu ampliando a vantagem, comentando poucos erros, amortecendo os contra-ataques das rivais jogando com tranquilidade nos contra-ataques. Rubinho pediu o seu segundo tempo da parcial quando Barueri abriu 7 pontos e o que se viu foi uma bronca homérica, com direito a muitos palavrões, na tentativa de mexer com os brios das suas jogadoras.
Mas não adiantou. Rubinho voltou com Nia Reed, colocou Mayhara em quadra, mas Bauru não conseguia dar sequência ao jogo, errando saques em sequência e sem conseguir encontrar as adversárias no bloqueio. Barueri abriu 10 pontos de vantagem e mentalmente Bauru sentiu o momento. No ataque da central Lorena, as chiquititas fecharam o set em 25 a 16 e fizeram a festa no Panela de Pressão.
A capitã do Sesi Bauru, Dani Lins, comentou a derrota.
– Não adianta ter a melhor campanha e chegar na fase final e não jogar o nosso melhor. Faltou um pouco mais de paciência, faltou anular as ponteiras. Elas jogaram bem, jogaram soltas, é um time jovem. Elas estão de parabéns. Vieram para ganhar também. A gente não conseguiu eliminar as jogadoras dela – lamentou a campeã olímpica.
Sesi Bauru: Dani Lins, Nia Reed, Drussyla, Alyieva, Adenízia, Mayany e Nyeme (líbero). Entraram: Mara, Pâmela, Suelle, Mayhara. Técnico: Rubinho
Barueri: Jacke, Lorrayna, Karina, Glayce, Lorena, Diana e Laís (líbero). Entraram: Vivan, Jheovana, Ana Luíza. Técnico: José Roberto Guimarães.