No jogo de xadrez do mercado de contratações, o Itambé/Minas fez um novo movimento pela dominicana Bethania De La Cruz.
Segundo apurou o Web Vôlei, o time mineiro já contactou a Federação da República Dominicana sobre a situação da ponta/oposto.
Alguns podem estranhar o parágrafo acima. Mas qual o motivo de o Minas procurar a entidade, já que negocia a contratação de uma atleta que estava no Dínamo Kazan, da Rússia?
Explico. É preciso ter um aval da Federação local para encaminhar o acerto com alguma selecionável. E De La Cruz, de 32 anos, é uma das tops da República Dominicana, com passagem por Itália, Turquia, Japão, Coreia, entre outros.
Mas não é apenas o aval o fator necessário para a concretização do negócio. Com o cenário mundial de incertezas por conta do coronavírus, com cotas de patrocínio sendo rediscutidas e orçamentos encolhendo, a valorização do dólar frente ao real virou um grande problema para os clubes brasileiros.
A moeda americana, usada nos contratos internacionais, passou dos R$ 5,60 na semana passada e agora se encontra na casa dos R$ 5,44. Valores bem mais altos do que os times nacionais previam quando aprovaram a possibilidade de três estrangeiras por time na Superliga feminina 2020/2021.
Esse é um outro motivo para as movimentações no xadrez do mercado feminino estarem sendo meticulosamente pensadas no país. Quem fez acertos antes do aumento da crise está sendo obrigado a renegociá-los. Quem está negociando agora tenta trabalhar com valores mais baixos, já que o câmbio diminuiu a capacidade de investimento. Só para assim dar dar um xeque-mate.
Por Daniel Bortoletto