O 33º título da história do Sada/Cruzeiro tem, sim, um sabor especial. Mais do que ter sido o primeiro em competições nacionais em cima do arquirrival Fiat/Minas, ele serve como um recado para os demais adversários.
“O time mudou muito nesta temporada, sofreu alguns derrotas duras, mas está vivíssimo”.
Qualquer time do planeta sofreria com a recomposição após perdas de Leal, Simon e Uriarte. O próprio Marcelo Mendez definiu a reconstrução como a mais difícil em dez anos no projeto.
O Sada/Cruzeiro, neste período, conseguiu manter ano após ano a base vencedora. No máximo trocava uma das peças-chave depois de usá-la por algumas temporadas. Assim conseguiu se manter no topo com a saída do oposto Wallace, considerada na época quase irreparável. O mesmo aconteceu depois do adeus do levantador William. Eram marcas registradas do projeto.
Ao perder um trio de uma tacada só, sendo que a saída de Simon não estava planejada, o baque foi maior. Mendez pediu tempo para a remontagem com Cachopa, Sander e Le Roux. A perda da Supercopa após um 3 a 0 diante do Sesi foi o primeiro baque. Na sequência, a eliminação na fase classificatória do Mundial doeu. E as críticas, principalmente dos torcedores tão acostumados com títulos, aumentou.
Com o tempo pedido anteriormente, Marcelo Mendez começou a arrumar a casa. Rodriguinho passou a ganhar mais tempo de quadra no revezamento com Filipe, outro ícone do Sada/Cruzeiro nesta década de vitórias. Cachopa melhorou o entrosamento com Sander e Le Roux, os estrangeiros agora já adaptados ao Brasil e ao sistema de jogo do time. O campeão olímpico Evandro costuma aparecer bem em momentos decisivos, enquanto Serginho dá ao time a segurança de quem participou de todos os 33 títulos da história.
Na Superliga, os cruzeirenses assumiram a ponta após o início do returno. A briga com Sesc, Sesi e EMS/Taubaté, todos times montados para acabar com a supremacia do Sada, está intensa e imprevisível, com o quarteto separado por apenas três pontos.
E agora a conquista da Copa Brasil certamente fará aumentar a confiança perdida após um fim de 2018 irregular e uma recente eliminação na Libertadores. Confiança de time e parte da torcida, inclusive.
Para os adversários, aquela pulga atrás da orelha está de volta com o “renascimento” celeste.
POR DANIEL BORTOLETTO
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