A levantadora Dani Lins, 34 anos, 1,83m, foi oficialmente apresentada ao Sesi/Bauru nesta terça-feira. Em entrevista coletiva na sede do clube, a jogadora, que defendeu o Hinode/Barueri na última temporada, falou sobre o pedido de não defender a Seleção Brasileira este ano, feito recentemente, e não quis entrar em assuntos polêmicos como as dispensas das demais jogadoras – Tássia, Gabi Cândido, Drussyla, Thaisa, Camila Brait e Adenízia – nem o fato de jogar pela primeira vez ao lado da ponteira Tifanny, primeira transexual a disputar uma Superliga.
“Vou levantar muita bola para ela, quero ser campeã com ela”, disse a campeã olímpica em Londres-2012.
Dani Lins não atuou a temporada 2017/2018, para concretizar o sonho de ser mãe. Ela atendeu ao pedido do técnico José Roberto Guimarães e disputou o Mundial de 2018, mas muito longe da sua melhor forma técnica e física.
Este ano, ela pediu dispensa alegando que precisa “cuidar do corpo”. A levantadora chegou a ficar fora de alguns jogos da Superliga por conta de dores nas costas e diz que quer, depois de muito tempo, voltar a se preparar para uma temporada completa, desde o início, disputando o Campeonato Paulista com as companheiras – o Sesi/Bauru vai tentar o bicampeonato.
Dani Lins também revelou ter recebido outras propostas, inclusive para atuar fora do país, mas enfatizou que a estrutura oferecida pelo Sesi/Bauru e a qualidade do elenco em formação para a próxima temporada foram alguns dos fatores determinantes e que pesaram muito em sua escolha para acertar com a equipe.
O time comandado pelo técnico Anderson Rodrigues, já confirmou a contratação da oposta Polina Rahimova. Nascida no Uzbequistão, a jogadora de 28 anos joga com nacionalidade do Azerbaijão. Na temporada 2018/2019, ela foi contratada pelo Casalmaggiore, da Itália, ao Fenerbahce, da Turquia, voltando depois para a liga turca pelo THY. O Sesi deve anunciar a renovação com Tifanny em breve.
Confira, abaixo, alguns trechos da coletiva:
Expectativa
“Estou muito feliz de voltar ao Sesi após cinco anos. Agora mais experiente, mãe, mais paciente e mais focada nos objetivos. A expectativa é muito boa para a próxima temporada, pois estão montando um time forte, competitivo e com o objetivo de chegar à final da Superliga. É um grupo muito bom, que mistura juventude com experiência e, por isso, estou com as melhores expectativas e vibrações possíveis. Já fomos muito bem na temporada passada, quando ganhamos o Paulista e chegamos às semifinais da Superliga, mas os objetivos têm de ser maiores a cada nova temporada”
Vida familiar x vida profissional
“Prezo muito por uma boa convivência de grupo, com jogadoras de boa índole. E, quando começaram a falar nas jogadoras que pretendiam trazer, considerei que seria muito bom retornar para o Sesi. Além disso, vou estar de casa nova, porque é fora de São Paulo, onde já estou há quase dez anos morando, e será uma experiência boa com a Lara (filha de Dani Lins) morar no interior. Até brinquei que vou morar em uma casa, que era o meu sonho. Então, todos esses fatores se juntaram, como a qualidade do time, a estrutura, que já conheço, a comissão técnica e o grupo de atletas, para que eu me decidisse a vir para cá”
Temporada completa
“Há tempos não consigo fazer uma pré-temporada completa, quero estar com o time do começo ao fim para poder me entrosar e disputar as competições em alto nível”
Outras dispensas da Seleção
“Sobre as motivações das outras jogadoras para recusar a convocação, eu não sei, mas a minha foi só o físico e a vontade de poder fazer uma temporada completa no meu clube”
Tifanny e jogadoras trans na Superliga
“Eu não gosto de entrar em polêmica, eu ando de acordo com o que está na regra, e se a regra permite, eu apoio. Agora a Tiffany é minha parceira, minha companheira de equipe, e eu vou dar muita bola pra ela. Jogo com ela e quero ser campeã com ela”
Seleção e dispensa
“Ano passado voltei muito rápido após a gravidez, mas tive problemas, travei a coluna, viajei com dores, joguei com dores, tomei injeções as dores, e agora quero fazer diferente, cuidar de mim e de meu corpo. Falei tudo isso pro Zé (técnico da Seleção José Roberto Guimarães) e ele me apoiou. Se ele me quiser o ano que vem, vou aceitar, porque quero jogar mais uma Olimpíada e estar em quadra até os 40 anos”
Currículo
Danielle Rodrigues Lins dos Santos tem 1,83m de altura, 34 anos e é pernambucana de Recife, onde iniciou sua trajetória no vôlei atuando no Sport. Também teve passagens por Osasco, Rio de Janeiro, Sesi-SP, Pinheiros e o Hinode/Barueri, equipe em que defendeu na temporada passada. Primeira atleta contratada pelo Sesi-SP para integrar o recém-formado time de vôlei feminino, a atleta chegou ao time da indústria em 2011 e permaneceu por três temporadas, até 2014.
A levantadora tem currículo recheado de conquistas. Defendendo a seleção brasileira foi campeã olímpica em Londres 2012, tetracampeã do Grand Prix e campeã pan-americana em 2011. Em clubes a atleta também contabiliza diversos títulos: cinco da Superliga, sendo uma com Osasco e quatro com o Rio de Janeiro, e campeã sul-americana de clubes pelo Sesi-SP, em 2014.
LEIA TAMBÉM
+ Thaisa é confirmada como primeiro reforço do Itambé/Minas para a temporada 2019/20
+ Gabi aponta 2019 como ano de “construção” da Seleção Feminina
+ Intensa dança das cadeiras após o término do Campeonato Turco Feminino
+ Osasco fez boas “compras” no mercado. Mayany e Mara foram duas delas
+ Itambé/Minas confirma renovações para a temporada 2019/2020
+ Sai a lista das 30 inscritas pelo Brasil para a Liga das Nações Feminina
+ Opinião: Força do elenco faz a diferença a favor do EMS/Taubaté
+ Começa a venda de ingressos para os jogos da Seleção Feminina na Liga das Nações