O segundo dia do Congresso Internacional de Voleibol teve como âncoras Javier Weber e Maurício Paes. As aulas teóricas e práticas estão sendo realizadas no auditório do Astron Hotéis e no Centro de Esporte e Lazer Ney Braga, em São José dos Pinhais (PR).
Pela manhã, o técnico argentino Weber, que já atuou na seleção principal do seu país, trabalhou no Brasil e também campeão da Superliga como jogador, apresentou aos congressistas uma aula de conceitos sobre levantamento e sistemas de ataque. Ao trazer seus conhecimentos e experiências como ex-atleta e técnico, Weber destacou que entre as características do voleibol brasileiro estão os levantadores qualificados, embora acredite que haja a necessidade de um desenvolvimento técnico.
– O Brasil sempre teve a característica de ter grandes levantadores. Teve e tem. Hoje podemos falar do Bruno, Rafa, Marlon e William. Para mim, William e Bruno estão entre os melhores levantadores do mundo. Então, o Brasil é uma fábrica de levantadores, assim como a Argentina ultimamente se caracteriza por isso também. A evolução dos levantadores vai ser claramente do ponto de vista técnico. Hoje, o Brasil está melhorando nas categorias de base, conseguindo não só resultados, como sempre teve, mas saindo com muitos jogadores para jogar a Superliga. No meu ponto de vista, na parte técnica o Brasil deveria trabalhar um pouco mais em termos de levantadores, para conseguir ter muito mais opções do que hoje tem – afirmou Weber.
O técnico ainda salientou que entre as características de um bom levantador estão o desenvolvimento da parte técnica, a liderança, a personalidade e a capacidade de trabalhar em equipe, pois em um único jogo existem diversas situações, e o levantador precisa entender e direcionar por onde a equipe deve atacar em determinados momentos.
À tarde, foi a vez do técnico Maurício Paes, bicampeão da Liga do Japão 2017/2018 e 2018/2019 com a equipe Panasonic Panthers, falar sobre a organização de pré-temporada e montagens de treinos táticos utilizando wash points. Paes, que também passou pela Europa quando foi campeão na França, acredita que mesmo em cenários diferentes, seja na Ásia, Europa ou no Brasil, alguns princípios fundamentais serão sempre eficazes, independente do clube.
– Dar mais importância à compreensão do jogo, para aumentar adaptações, recursos e a capacidade de entender a lógica do jogo. Achar esse ponto de equilíbrio entre jogar e desenvolver técnicas individuais é muito difícil. Obviamente, o trabalho excessivo de fundamentos tem sentido mas, tem que ter um equilíbrio com o jogo. Eu acredito muito que a gente aprende jogando. Esse é o ponto principal de tudo o que falamos hoje – declarou Maurício.
A riqueza de conteúdo que está sendo abordado e compartilhado vem surpreendendo os participantes. É o caso de Patrícia Prauca “Kabore”, afro-brasileira, que hoje atua no voleibol francês. Kabore é técnica e educadora esportiva e desenvolve o vôlei nas escolas e depois leva para o clube Charenton.
– É uma oportunidade muito grande estar aqui para esta troca de informações. Muitas vezes a gente fica em nossa caixinha, em nosso mundo, e o fato de poder estar aqui nesse evento, no Brasil, que é um lugar onde o vôlei é a primeira modalidade depois do futebol, temos muito conteúdo a ser trabalhado e transmitido. Lá fora, às vezes, temos uma estrutura muito boa em questão de qualidade, mas falta esse conteúdo. Então para mim é uma riqueza enorme estar aqui tendo acesso a todas essas informações para depois levar e adaptar ao meu clube. Só tem a somar esse congresso – declarou.
O congresso vai até domingo e tem uma programação extensa ao longo do dia com aulas teóricas e práticas dos palestrantes, encerrando com mesa redonda no início da noite, sempre mediada pelo ex-técnico e jornalista, Cacá Bizzocchi.
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