O Estádio Jornalista Felipe Drummond, conhecido como Mineirinho, um dos maiores palcos do vôlei brasileiro, será entregue ao setor privado. O governo do Estado pretende lançar concorrência no segundo semestre deste ano. A concessão do deve ser de 30 anos e o lance mínimo de R$ 15 milhões.
A situação do ginásio, que já recebeu jogos de Mundiais, Ligas Mundiais, e várias finais de Superliga não é boa. Estima-se que a reforma vai custar entre R$ 50 mi e R$ 60 mi. O local precisa de reformas estruturais e o Estado não tem condição de arcar e também de mantê-la. O Mineirinho está sem energia há meses, depois de uma pane na rede elétrica. Os vestiários estão em péssimas condições. Chuveiros não funcionam, pisos estão quebrados, cadeiras inutilizadas e a sensação é de abandono.
– O Mineirinho tem inúmeras possibilidades, mas o Estado não tem capacidade de explorar, ao máximo, as receitas que um ginásio desse pode gerar. Os governos em geral não têm experiência em shows, cachê de artistas, negociação com federações, trazer jogos internacionais… Essa não é a atividade fim do Estado. O objetivo com a concessão é que o Mineirinho cumpra seu papel da melhor forma possível – disse o secretário de Estado Fernando Mercato, em entrevista coletiva.
De acordo com ele, só com a manutenção, o Estado tem um custo anual de cerca de R$ 2 milhões. A receita do governo com o ginásio em 2019 foi de R$ 1,47 milhão e, em 2020, apenas R$ 373.533 – provenientes de uma feira de artesanato que acontece no estacionamento e de eventos.
Além da arena para jogos e shows, o Mineirinho, conta com salas – onde hoje funcionam 13 federações estaduais, estacionamento, bares e lanchonetes e ainda 61 apartamentos com sala, camas individuais, banheiro e varanda. Mas, toda a estrutura está deteriorada, precisando de reforma.
– Esse tipo de estádio vem sendo gerenciado de maneira muito eficiente no mundo inteiro pela iniciativa privada. Então, não faz sentido o Estado continuar colocando dinheiro e recursos num equipamento dessa natureza. Ao mesmo tempo, não faz sentido que uma cidade como Belo Horizonte seja privada da utilização desse equipamento, da sua história e do seu simbolismo – completou Mercato.
De acordo com o governo do Estado, a concessão do Mineirinho economizará investimentos de, no mínimo, R$ 41 milhões nos dois primeiros anos, além da constante manutenção ao longo dos 30 anos de concessão, que ultrapassa a soma de R$ 132 milhões.
Entre as intervenções previstas estão a recuperação das estruturas em concreto (em especial a estrutura da quadra poliesportiva), revitalização da arena e recuperação dos alojamentos.
A gestão direta realizada pelo Estado, que é atualmente deficitária, economizará cerca de R$ 45 milhões aos cofres públicos ao longo dos dois primeiros anos da concessão, permitindo que esse recurso seja revertido, por exemplo, para a construção de escolas e leitos hospitalares. Para se ter uma ideia, o montante permitiria o pagamento de 28.206 diárias de leitos de UTI ou a construção de 11 escolas no período.