O fim de semana foi marcado pela discussão sobre o uso da palavra macaco em um programa de TV italiano em um comentário sobre Paola Egonu na prévia do Campeonato Mundial feminino de vôlei. Sites e jornais de vários países repercutiram como racismo a palavra usada por Cristiana Buonamano, da Sky Sport. E uma explicação dada diretamente da Itália minimiza bastante o impacto da palavra utilizada.

A expressão “um macaco no ombro” tem um significado de “ter um peso”, no contexto de favoritismo da Itália após a conquista da última Liga das Nações. Por isso Egonu teria sido citada como protagonista da Azzurra.

Dito isso, é preciso admitir que existe sim uma explicação para a palavra usada. Se lá a expressão é utilizada sem conotação racista, menos mal. E temos de escrever novas linhas sobre o tema como justiça.

Egonu já havia admitido em entrevista e em seu livro ter vivido casos de discriminação na Itália. Que nunca mais volte a acontecer!

Dias atrás, aconteceu na Espanha com Vinícius Júnior, ao vivo na TV da Espanha. Lá sim com toda a crueldade do racismo embutido em uma opinião sobre o jogador brasileiro.  E sobre esse fato repito o que escrevi dias atrás:

Que vergonha ser jornalista em momentos como esse! Como alguém pode ter a ousadia de cometer um crime assim, ao vivo? Deve ser a certeza da impunidade em um mundo cada vez mais preconceituoso. Ele também potencializa a minha ojeriza a quem se sente superior a outra pessoa por conta da cor da pele, da orientação sexual, do país de nascimento, etc.

Egonu, você já mostrou ser muito maior do que os preconceituosos de plantão! Defende causa nobres, não se omite e representa com gestos tantos e tantas semelhantes que sofrem com o preconceito no dia a dia. Continue sendo quem você é, dentro e fora das quadras! Racistas não passarão!

Por Daniel Bortoletto, atualizado no dia 25/9