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Radamés fala sobre investigações, Banco do Brasil e pisos

Radamés garante que a CBV e o CT de Saquarema não sofrerão com as investigações da Operação Desmico, deflagrada na última quinta-feira
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O vice-presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Radamés Lattari, disse, nesta sexta-feira, que a entidade não é investigada na Operação Desmico, ação deflagrada na última quinta-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) e do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, da Polícia Civil do RJ contra o ex-presidente da instituição, Ary Graça.

– A CBV não é investigada em momento algum. Quem está sendo investigado é o ex-presidente Ary Graça e alguns ex-funcionários da CBV, que abriram empresas que faziam negócios com a CBV. Tanto que o Ministério Público e a Polícia Civil, que estiveram nas sedes da CBV em Saquarema e no Rio Centro vieram única e exclusivamente para pedir documentos e contratos com as empresas SMP e S4G. A CBV coopera, vai cooperar e sempre vai cooperar para que o MP possa tomar as medidas criminais que sejam necessárias. A CBV vai se habilitar para ter assistente de acusação do MP nesse processo. A CBV se considera vítima. Não só a CBV, mas toda a comunidade do voleibol. Atletas, clubes, federações, patrocinadores, todos nós somos vítimas, se for confirmado esse desvio de verbas – disse o dirigente.

Em 2015, a CBV entrou na Justiça contra a empresa SMP para reaver parte do dinheiro pago em comissões.

– Na época, a gente contratou auditores independentes, que disseram para a CBV que existiam riscos para o passivo da entidade de entrar com determinadas ações. Quando o Toroca (Walter Pitombo Laranjeiras, atual presidente) assumiu a CBV, ele acabou com o pagamento que existia para a  SMP, pagamento que a empresa recebia mensalmente da CBV. O processo está na terceira instância, a SMP está recorrendo. Acreditamos que, com os juros, o valor já esteja entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. Agora, com o Ministério Público nos ajudando, com a força de um MP por trás, a gente se sente com mais força para poder fazer essa ação – disse Radamés, confirmando que confederação vai tentar reaver todo o dinheiro supostamente desviado, caso as denúncias sejam comprovadas.

– Estamos num período de apuração. Está sendo investigado. Caso seja comprovado contra o Ary Graça qualquer coisa, nenhuma dessas pessoas vão receber mais o respeito por parte da CBV, mas primeiro precisa ser apurado. Seria leviano da minha parte antecipar qualquer denúncia. Precisamos aguardar.

Radamés Lattari fez questão de afirmar que o Centro de Desenvolvimento do Voleibol (CDV), o CT de Saquarema, não corre risco de ser afetado.

– Existe um contrato entre a CBV e a prefeitura de Saquarema pelo prazo de 30 anos e eu tenho certeza que o CDV traz inúmeros benefícios para a cidade. Em novembro, tem o Master, torneio de veteranos de vôlei, que leva 3 mil pessoas para a cidade, e lotam as pousadas e as casas da região; em junho há o Mundial de Surfe e a prefeitura usa as nossas dependências para abrigar os atletas; temos também escolinhas de vôlei para a cidade e estamos em contato com a prefeitura apara que os nossos atletas possam também da dar palestras, visitas nas escolas. Saquarema é tão importante para o CDV quanto o CDV é importante para Saquarema – disse.

Radamés disse ainda que a renovação do contrato com o Banco do Brasil, que existe há 30 anos e vence em junho, já está acertada:

– Entre o Banco do Brasil e a CBV, todos os detalhes para a renovação do contrato já estão acertados. Agora vai ser levado para a reunião final da diretoria. É uma parceria vitoriosa. São 30 anos. O Banco do Brasil é tão vitima neste caso quanto a CBV. O banco tem plena confiança na nossa atual gestão – completou.

Piso

O dirigente também falou sobre a polêmica do pisto amarelo, adquirido no ano passado junto a empresa chinesa Enlio ao custo de R$ 3,1 milhões, que não tinha a aderência correta para a prática do vôlei e causou lesões em alguns atletas e muitas reclamações por parte dos jogadores. Em novembro de 2020, os 24 pisos emborrachados foram devolvidos à empresa asiática e, segundo a CBV, já foram “consertados” e serão testados nos próximos dias, nos treinos das Seleções Brasileiras de Base.

– Enviamos os pisos de volta para representantes da empresa em São Paulo. Foi passado um novo produto e alguns já foram devolvidos para a gente em Saquarema. Agora, vamos avaliar como ficou, durante o treinamento da nossa base. À medida em que os pisos forem sendo aprovados, serão devolvidos para os clubes. Segundo a empresa, eles compraram um equipamento novo e outros produtos para tratar os pisos – explicou.

 

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