A central Thaisa sempre deu preferência por permanecer no Brasil, mas duas propostas para atuar no vôlei asiático podem fazer com que ela saia do país mais uma vez. O motivo: a manutenção do ranking para atletas de sete pontos para a temporada 2019/2020.
A decisão tomada em reunião entre dirigentes da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e representantes de nove dos 10 primeiros clubes da fase classificatória da Superliga pode resultar ainda na transferência de outras jogadoras.
– Já sei que algumas poderão ir para fora. Tenho propostas para ir também. Tudo vai depender de ter espaço ou não nos clubes daqui do Brasil – afirmou Thaisa. Em 2016, ela viveu o mesmo impasse, e acabou se transferindo para o Eczacibasi Vitra, da Turquia.
– Muita gente, que se acha bem informada, falou que eu estava indo por dinheiro. Mas não foi nada disso. Saí porque tinha um contrato de dois anos e que foi rompido após a primeira temporada. No meu caso, com sete pontos, não tinha praticamente opção para me encaixar em algum clube brasileiro.
O sistema de ranking foi implantado pela CBV na temporada 1992/1993, e ao longo dos anos vem sofrendo mudanças. Dessa vez, para a próxima Superliga feminina, cada clube poderá inscrever no máximo duas atletas de sete pontos, além de duas estrangeiras.
– A CBV deu esse poder aos clubes que, por sua vez, só pensam em enfraquecer e desmontar os outros times. Daí tira o direito de uma atleta ir para uma determinada equipe para enfraquecer quem pode mantê-la em seu elenco. A partir disso, nós somos obrigadas a sair do país ou receber 60% menos – explicou Thaisa.
– E a maioria desses clubes que vota a favor da manutenção do ranking, não tem nem condições de contratar essas jogadoras de sete pontos – completa.
Machismo
As dez atletas que fazem parte do ranking de sete pontos se posicionaram em suas redes sociais, e o machismo foi a palavra mais usada por elas.
– Sim, porque a partir do momento em que a CBV finalizou o ranking para o masculino, deveria ter acabado também para o feminino para ser igual. É machismo no esporte? – disse Thaisa.
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