Jogadores que já vestiram e vestem a camisa da Seleção Brasileira acreditam que talvez haja uma debandada de craques do Brasil para o exterior por conta da crise financeira provocada pela pandemia de coronavírus.

– Acredito que o mercado vai ter de se adaptar, como em todos os setores de trabalho do mundo. Com certeza vamos viver um mundo diferente depois de superar a pandemia do coronavírus. Acho que no exterior, eles estarão um pouco mais à frente, por terem passado por momentos mais difíceis antes da gente. Então, vão conseguir antecipar, por exemplo o mercado. Vai sair primeiro do que aqui no Brasil. A força do Euro, a força do dólar… É uma pena, uma grande perda para o nosso esporte, mas muitos campeões talvez tenham de ir para fora neste momento, mas acredito que mesmo assim, as forças vão se unir aqui no Brasil e os nossos campeonatos vão ser tão belos como sempre foram – disse o levantador do Taubaté, Rapha, em podcast publicado sexta-feira no Globoesporte.com.

Para a central bicampeã olímpica Thaisa, destaque do Itambé Minas na temporada, a valorização do euro e do dólar em relação à moeda brasileira pode ser decisiva para que nomes de destaque do vôlei nacional optem por jogar no exterior na próxima temporada.

– A crise é no mundo inteiro e pode acontecer de muitas meninas terem que sair por conta desse problema da economia, dos investimentos. Querendo ou não, com o dólar e o euro na altura que estão… Indo para fora, mesmo com um salário um pouco inferior, na conversão, pode ser que fique ainda melhor que aqui. Mas não tem como prever, até porque são outras jogadores. Eu posso falar por mim. Espero que a gente saia disso o quanto antes, brasileiro não desiste nunca – disse a central do Minas.

Para o campeão olímpico Lipe, que defendeu o Taubaté na última temporada, a queda na arrecadação do governo por conta da diminuição da força produtiva e da movimentação econômica do país durante a quarentena será decisiva para a diminuição dos patrocínios e dos incentivos fiscais para quem apoia o esporte.

– Essa crise criada pela quarentena vai ter repercussão negativas em todos os setores econômicos do mundo, e o esporte não está imune. Com as empresas fazendo as contas para fechar o mês, na minha opinião, as verbas de marketing serão reduzidas. Sem falar que muitas equipes contam com verbas incentivadas de leis apoiadoras ao esporte. Com a queda na arrecadação Federal, não descarto possíveis contenções nas alíquotas destinadas ao esportes – comentou Lipe, ainda no podcast do Globoesporte.com.