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Renan Dal Zotto: “Eu me vi morto duas vezes”

Em entrevista ao "Fantástico", o técnico Renan contou detalhes da internação por covid. Agora segue se recuperando para poder ir a Tóquio
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Em entrevista do “Fantástico”, que foi ao ar neste domingo, Renan dal Zotto, técnico da Seleção Brasileira Masculina de vôlei, revelou detalhes dos 36 dias de internação para se recuperar das complicações do covid-19, no Rio de Janeiro. Ele também falou como vem sendo o tratamento fisioterápico intenso para poder viajar com a delegação verde-amarela para disputar a Olimpíada de Tóquio, no dia 12 de julho (os Jogos começarão no dia 23).

– Eu me vi morto duas vezes. Em uma delas, cheguei a ver uma matéria que dizia que eu tinha partido e deixado esposa e dois filhos. Eu realmente vivi isso. Não sei como – revelou o treinador, vice-campeão olímpico como jogador nos Jogos de Los Angeles-1984 e um dos atletas mais importantes da história do vôlei brasileiro.

Renan contou ainda sobre a piora do quadro antes da primeira intubação. No terceiro dia de internação, ainda consciente, o técnico conta ter passado muito mal e diz ter enviado uma mensagem para a esposa Annalisa, dizendo que estava sofrendo muito e sugerindo ser entubado. E foi o que aconteceu. No mesmo dia ele passou a ter ajuda, pela primeira vez, da respiração mecânica.

– A vida dele esteve sob risco. Quando ele foi internado, me lembro de perguntar para o médico se afetaria a Olimpíada. O médico disse que naquela altura não pensava em Olimpíada, mas em salvar a vida dele. Ali eu entendi que era grave. Quero o meu marido vivo – disse a esposa Annalisa.

Segundo um dos médicos que atendeu Renan, o período mais crítico aconteceu quando ele sofreu a ” trombose na artéria e precisou de uma cirurgia de urgência, correndo o risco de perder a perna e de evoluir para algo pior”.

O médico ainda falou das complicações após a primeira extubação de Renan:

– Fizemos nova intervenção por falta de força e falência respiratória. Ele seguia em estado gravíssimo e fizemos uma traqueostomia (é um pequeno orifício que é feito na garganta, sobre a região da traqueia, para facilitar a entrada de ar nos pulmões) – completou o médico.

Durante os períodos de intubação de Renan, Annalisa enviou mensagens para o marido.

– Eu queria conversar, contar as novidades para o meu amigo, o meu parceiro. Eu não conseguia interagir com ele.

Renan se recorda do dia em que a esposa colocou, no quarto do hospital, uma música que marca a relação: Sweet Caroline, trilha do filme “Uma razão para vencer”. A música, inclusive, embalou um dos momentos marcantes do casal depois de todo o drama vivido:

– Quando eu tive alta, peguei a caixinha de som, botei a música e dancei com essa música. Foi um momento muito especial – disse Renan, que tenha feitos exercícios para recuperação das funções cardíacas e respiratórias seis vezes por semana para poder voltar a comandar a Seleção nos Jogos de Tóquio.

– Estou muito feliz porque estou me recuperando bem e aos poucos entendendo tudo o que aconteceu.

Depois da tentativa de buscar o ouro olímpico no Japão, Renan e Annalisa já têm um outro compromisso importante previsto: reafirmar os laços matrimoniais.

– Minha parceira foi incansável. Quero ficar bom porque quero cuidar dela para o resto da vida. Vamos casar de novo – finalizou um emocionado Renan.

 

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