Após quatro temporadas na Itália, Rosamaria optou por uma experiência diferente na carreira na temporada 2023/2024: o Japão. E as primeiras semanas no Denso Airybees já dão indício do desafio para a brasileira.
Em uma entrevista para o site Volley News, Rosamaria comentou sobre a escolha pelo vôlei japonês em um ano olímpico e apontou as surpresas já encontradas ao se deparar com o dia a dia da escola asiática.
Neste início de temporada, o time de Rosamaria ocupa a oitava colocação, com três vitórias e cinco derrotas. Confira o que ela disse sobre o vôlei japonês.
OPÇÃO PELO JAPÃO
Há alguns anos eu recebia ofertas do Japão e desta vez tive a percepção de que depois de quatro temporadas em Itália era chegado o momento de mudar e enfrentar novos desafios num campeonato importante como a V.League, caracterizado por um jogo baseado em defesa. Para mim foi uma oportunidade de experimentar algo novo, melhorar as minhas jogadas de ataque e assumir responsabilidades importantes. Na verdade, agora as únicos estrangeiras na equipe somos eu e uma levantadora filipina (Melissa De Guzman). Obviamente sou obrigada a marcar pontos. Estas são as razões que me convenceram a vir para o Japão. Escolhi a Denso Airybees tanto porque já conhecia um pouco da história do projeto quanto porque sabia que encontraria um profissional brasileiro (Marcos Lerbach) que já trabalha no Japão há vários anos e que poderia me ajudar neste ano de grandes mudanças.
IMPRESSÕES INICIAIS
Fiquei impressionada com a técnica das jogadoras: eles sabem fazer tudo e, apesar de não serem muito altas, são extremamente rápidas. É uma forma de jogar e ver o voleibol completamente diferente da que eu estava habituada. A minha equipe é muito jovem: muitas dos minhas companheiras estão estreando na V.League ou na primeira temporada como titulares. Então, acho que temos um enorme espaço para crescimento. O que me impressiona não são apenas as qualidades técnicas, mas também a dedicação das jogadoras.
PRESSÃO SOBRE AS ESTRANGEIRAS
No Japão os clubes devem pensar cuidadosamente na escolha das jogadoras estrangeiras, já que máximo são duas no elenco, das quais apenas uma não asiática. Por isso, quero aproveitar ao máximo a oportunidade que me foi dada para mostrar o meu valor e crescer ainda mais. Jogar sob pressão agora é um hábito para mim. Não considero isso um fardo. Na verdade, é motivo de orgulho porque significa ter a confiança do clube e ser considerada digna desta tarefa.
VIDA FORA DAS QUADRAS
Sinto-me muito confortável em Nishio. É uma cidade pequena, tranquila e bem conectada. Às vezes tenho dificuldade com o idioma porque nem todo mundo fala inglês. Porém, as pessoas são muito simpáticas e tentam te ajudar de todas as maneiras: a educação delas é algo que chama a atenção na hora. Obviamente ainda estou me acostumando com um modo de vida e hábitos muito diferentes dos do Brasil ou da Itália. É um estilo de vida muito tranquilo, que adoro. Além disso, gosto de aproveitar os dias de folga para conhecer mais sobre a cultura local e conhecer todas as atrações turísticas que podem ser encontradas aqui.