A surpreendente eliminação do Sada Cruzeiro nas quartas de final da Superliga masculina de vôlei não resultará numa caça às bruxas para a próxima temporada. Ao menos no elenco.
Mesmo antes do jogo decisivo contra o Vôlei UM/Itapetininga, na quarta-feira, no Riacho, a espinha dorsal do time já havia definido a permanência. O levantador Fernando Cachopa, o ponta Rodriguinho e o central Isac renovaram contrato. O oposto Alan e o ponteiro cubano López já possuíam vínculos mais longos, com mais uma temporada garantida. Otávio, outro titular no meio de rede da Raposa, também já tem a permanência encaminhada.
A única saída certa entre os titulares é a do argentino Facundo Conte. O ponteiro retornará ao vôlei polonês, agora com a camisa do Aluron Zawiercie. Em um processo normal, Rodriguinho ganhará ainda mais tempo em quadra em 2021/2022, caso a opção não seja investir em outro nome de peso para a posição.
Sobre Marcelo Mendez, a tendência atual aponta para o fim do casamento entre o argentino e o Sada Cruzeiro. Uma reunião entre a direção do patrocinador do projeto está prevista para acontecer nos próximos dias. E o desfecho dela pode ser a decisão de não renovar com o treinador. Ele assinou a última renovação em 2019.
Existe um desgaste natural de uma relação iniciada em 2009. Uma relação vitoriosa responsável por mudar o patamar de ambos, Sada Cruzeiro e Mendez, no cenário do vôlei, com dezenas de conquistas estaduais, brasileiras e internacionais.
Se a decisão for realmente pela mudança, o projeto mineiro tem a obrigação de se despedir do seu comandante com respeito e com gratidão por todo o processo construído. E não falo apenas em títulos. Falo sobre profissionalização, valorização das relações humanas, defesa das categorias de base e por aí vai.
No caso do casamento entre Sada Cruzeiro e Marcelo Mendez, a última impressão, na Superliga 2020/2021, não deve ser a que fica.
Por Daniel Bortoletto