Empurrado pela torcida e com uma atuação perfeita nos nos tês sets em que venceu, a verdadeira máquina de conquistar títulos que responde pelo nome de Sada/Cruzeiro derrotou a UPCN (ARG) por 3 a 1 – parciais de 25/19, 25/18, 21/25 e 25/16 -, na final do Sul-Americano de clubes, na noite deste sábado, na Arena do Minas, em Belo Horizonte (MG).
Com o resultado, o time comandado pelo técnico argentino Marcelo Mendez conquistou o seu sexto título na competição – o quarto consecutivo – depois de também levantar a taça nas edições de 2012, 2014, 2016, 2017 e 2018. O ponteiro norte-americano Sander, do time campeão, foi o MVP. Confira aqui a seleção do campeonato.
O oposto Evandro, do Sada/Cruzeiro, foi o maior pontuador da final, com 23 acertos, mesmo número do polonês Bartaman, da UPCN.
A equipe mineira é a mais vitoriosa da história do vôlei masculino do Brasil. A vitória garantiu a equipe mineira no Mundial de Clubes, no final do ano, em busca do quarto título (2013, 2015 e 2016). O Cruzeiro tem 7 participações em mundiais. Além dos três ouros, tem um vice-campeonato e um bronze.
Esse foi o 34º título da história do Cruzeiro, em 44 disputados desde 2010. O time fez ainda 39 finais. Antes do confronto pelo ouro, na decisão do terceiro lugar, o Fiat/Minas foi derrotado pelo argentino Obras de San Juan por 3 sets a 1, que ficou com a medalha de bronze e compôs o pódio.
O Cruzeiro tem agora 21 jogos de invencibilidade em partidas válidas pelo Sul-Americano de Clubes. A última derrota foi justamente para a UPCN, na final da edição de 2015. Desde 2008, o as duas equipes se enfrentaram 12 vezes, com 10 vitórias brasileiras e 2 argentinas. O time portenho chegou à final da Liga Argentina nos últimos nove anos, conquistando 7 títulos.
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O levantador Fernando Cachopa falou sobre o quarto título consecutivo no Sul-Americano:
– A escola argentina é de muito volume, são times chatos, que erram muito pouco. Hoje, a gente jogou taticamente muito bem e isso fez a diferença. A gente entrou com um ânimo diferente, depois da virada de ontem (3 a 2 sobre o Obras de San Juan após estar perdendo por 2 a 0) – disse Cachopa, em entrevista ao SporTV.
O oposto Evandro comentou a vitória:
– A gente sempre trabalhar para ganhar. O Sul-Americano é sempre difícil, é sempre difícil jogar contra os argentinos. Eles são mais “jogueiros”, tem mais volume de jogo que os brasileiros. Mas nós entramos bem focados hoje depois de temos passado dificuldade contra eles na fase classificatória e contra o Obras ontem. Na final a gente consegue desenvolver um pouco mais. Final é final. Não me preocupo com o MVP, o importante é o título. Fico feliz por ter jogado bem. Ganhei mais uma medalha, mais um título e é isso que importa – falou o oposto, também em entrevista ao SporTV.
O jogo
O jogo começou tenso, com as duas equipes reclamando muito da arbitragem e o Cruzeiro abriu logo 6 a 3 no placar, com dois aces – um de Sander e um de Le Roux. Com um bloqueio eficiente, amortecendo os ataques argentinos e boa variação ofensiva, o time celeste abriu 11 a 7, sem dar chances ao rival. Em um erro de Bartman e um ace de Isac, a diferença aumentou para 13 a 7. Em mais um ace (o quarto do set) de Sander, o Cruzeiro fez 16 a 10, obrigando Fabián Armoa a pedir seu segundo tempo técnico do set.
Le Roux fez mais um ace (o quinto), fazendo 18 a 12. A UPCN não conseguia colocar a primeira bola no chão e o Cruzeiro foi abrindo frente no placar com contra-ataques mortais. O bom saque cruzeirense obrigou Cavanna a jogar muito pelas pontas facilitando a vida do bloqueio celeste. Em ritmo avassalador e num erro de saque do oposto polonês Bartman, os brasileiros fizeram 25 a 19, abrindo 1 a 0 na partida.
O UPCN voltou um pouco mais eficiente no ataque no segundo set, mas o ritmo do Cruzeiro na relação bloqueio/defesa seguia impecável. O sétimo (7 a 5) ponto foi polêmico. A UPCN reclamou de dois toques de Rodriguinho em uma defesa. Os ânimos se acirram e Evandro e Cavanna acabaram levando cartão vermelho. A repetição da imagem mostrou que realmente a bola bateu duas vezes em Rodriguinho, mas o técnico Fabián não pediu desafio. Ramos levou mais um cartão vermelho e o placar foi para 9 a 6.
Em um erro de ataque de Bartman e um ace de Sander, o Cruzeiro ampliou ainda mais a vantagem: 14 a 10. O time mineiro fez ainda mais dois aces no set: com Le Roux e Rodriguinho, abrindo, com facilidade, 20 a 13. Fabián Armoa mexeu no time, colocou seus dois ponteiros reservas, pediu seu segundo tempo técnico, mas nada fazia o ritmo cruzeirense diminuir. Na tentativa de forçar o saque, a UPCN errava muito. E dava pontos de graça para o Cruzeiro. Em mais um erro de saque de Stulenkov, a equipe brasileira fechou o set em 25 a 18, abrindo 2 a 0 no jogo.
Novamente, a UPCN começou bem o set até o sexto ponto. Foi o tempo de o Cruzeiro reencontrar o seu jogo e seguir como um rolo compressor sobre o adversário, com dois bloqueios sobre Bartman e Evandro virando todas. Nesse ritmo, a equipe celeste abriu 11 a 6. Mas, o time argentino não se entregou. Melhor no ataque e no boqueio, abriu 20 a 18, deixando a torcida cruzeirense apreensiva na arquibancada. Com Bartman perfeito nos contra-ataques, a equipe argentina fechou o set em 25 a 21.
O Cruzeiro começou o quarto set em ritmo forte, colocando 6 a 3 no placar. Mas, a UPCN, ainda com Bartman muito bem no ataque, encostou em 8 a 7. A equipe mineira voltou a defender bem e a pontuar com Evandro, o grande nome do jogo até então. Nesse ritmo, com um saque forte e bem nos contra-ataques, fez 15 a 10, sem dar chances ao adversário.
Em um ace de Sander, a diferença aumentou ainda mais: 17 a 11. Com dois pontos de bloqueio, foi para 22 a 14, fazendo a torcida se levantar na arena, que sentia o título e a vaga no Mundial cada vez mais perto. Em um ataque de Isac pelo meio, o Cruzeiro fechou o set em 25 a 16, e o jogo em 3 sets a 1. Festa na arena e festa azul.
Sada/Cruzeiro: Fernando Cachopa, Evandro, Sander, Rodriguinho, Isac, Le Roux e Serginho (líbero). Entraram: Sandro, Leozinho, Filipe e Luan
Técnico: Marcelo Mendez
UPCN: Cavanna, Bartman, Guilherme Hage, Lazo, Stulenkov, Ramos e Salvo (líbero). Entraram: Nielson, Gomez, Martina, Garrocq e Bozikovich
Técnico: Fabián Armoa
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