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Santarelli sobre o Conegliano: “Temos espaço para melhorar”

Com contrato renovado por mais uma temporada, o técnico Daniele Santarelli fala sobre os próximos planos e ainda quer mais do Conegliano
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Os caminhos de sucesso do Conegliano e de Daniele Santarelli estão inteiramente conectados. Em quatro temporadas no comando do time, o técnico de 39 anos ganhou todos os títulos possíveis e imagináveis e se colocou nas primeiras prateleiras da profissão no mundo. A última conquista foi a da Champions League.

Das 359 partidas da história do Conegliano, ele foi o treinador em 180, com 158 vitórias e 22 derrotas. De dezembro de 2019 até agora, foram 64 triunfos consecutivos. Com contrato renovado para a temporada 2021/2022, Santarelli fez um balanço do trabalho, dos planos para o futuro e também sobre a seleção feminina da Croácia, que está sendo preparada por ele para o Campeonato Europeu.

1) Em quatro temporadas como técnico, você já conquistou todos os troféus possíveis. Quais são os objetivos para a próxima temporada?

Quem faz esse trabalho em alto nível não pode deixar de ter motivações sempre altas. Os adversários vão querer nos vencer, o nível deles é sempre maior e todos vão nos esperar com uma faca entre os dentes, isso já é um estímulo importante. Certamente não estamos satisfeitos, o apetite vem com a comida e desse ponto de vista nunca nos acostumamos a vencer. Aliás para a próxima temporada temos dois motivos importantes: o Mundial Clubes está de volta, um título a defender. E jogar com o público. Vai ser um empurrão decisivo porque sentimos muita falta dele. Resumindo, no primeiro ano ganhamos um troféu, depois dois, três e nesta quarta temporada foram quatro. Na próxima, teremos cinco boas razões para dar o nosso melhor.

2) Você é treinador do Conegliano desde 2017. Tem alguma memória rápida de cada temporada?

O primeiro ano, lembro-me bem, ganhar o scudetto para um clube que esperava há muito, num período difícil para a minha família. Foi uma emoção enorme para mim, para o clube e para os torcedores. No segundo ano, conheci bem o ambiente e me adaptei bem à nova função, não faltou satisfação. O terceiro ano foi o mais particular, o ano da pandemia, passamos da alegria de ganhar a Copa Itália àqueles sentimentos de incerteza em relação à emergência do coronavírus que se alastrava, já no jogo fora da Liga dos Campeões, em Stuttgart. Depois a cena incrível de jogar aquele último jogo com o Brescia em casa sem público, dias estranhos que foram o prelúdio da parada que pôs fim à nossa temporada. Este ano, a memória que guardarei para sempre é a conquista da Champions League, esperávamos por isso há muito tempo e foi uma grande cereja no topo do bolo.

3) O que torna o Conegliano tão especial?

Este jovem clube imediatamente me inspirou com algo importante. Me lembro das conversas com Davide (Mazzanti) quando falamos sobre isso em Casalmaggiore nos dias anteriores à chegada a Conegliano. Mesmo anos antes de eu ter aconselhado Monica (sua esposa Monica De Gennaro, líbero do time desde 2013), entre as muitas ofertas que ela recebera, para escolher Conegliano, havia algo que me inspirava confiança na perspectiva. Felizmente não me enganei, pelo contrário! Nos últimos anos criamos um vínculo forte com o clube, com os presidentes, temos jogadoras que estão conosco há muito tempo, é uma situação que nos faz sentir como uma grande família, em harmonia. O incrível é que a cada ano melhoramos, acrescentando uma peça a mais ao que já parecia perfeito. Esperamos que essa tendência continue, será nossa tarefa fazer com que a máquina continue funcionando dessa forma.

4) Como está o trabalho com a Croácia?

Muito bem, estamos numa localização linda, em Zadar, à beira-mar, e estamos nos preparando para um verão importante porque vamos jogar o Campeonato Europeu em casa. Até ao momento estivemos com o elenco reduzido, a partir de hoje tive todas os jogadoras, mas não vamos chegar ao melhor deste primeiro encontro, temos algumas deserções. No Europeu, acho que não vamos jogar para ganhar, mas certamente quero causar uma boa impressão e surpreender a todos.

5) Qual a sensação de ser campeão da Itália, da Europa e do mundo ao mesmo tempo?

É uma sensação fascinante, não sei quando uma combinação como esta voltará a acontecer. Existem clubes que perseguem um troféu há anos, somos privilegiados neste sentido porque viemos de uma temporada extraordinária em que conquistamos tudo. Tem um certo efeito, não nego, e enche-nos de orgulho, mas será ainda melhor tentar nos confirmar. Queremos tentar de novo porque o sentimento de cada vitória coroando o trabalho é verdadeiramente maravilhoso.

6) Você acha que este elenco mostrou o máximo ou há espaço para melhorias?

Na minha opinião, ainda temos espaço para melhorar. Apesar da série de vitórias, só em alguns momentos nesta última temporada mostramos 100% de potencial. Mas será cada vez mais difícil no futuro porque os adversários estão crescendo. Garanto a vocês que o futuro grupo que o clube está montando será muito interessante, será divertido e fazer isso jogando com nosso público nos fará dar ainda mais.

7) O quanto será emocionante voltar a ter público nos jogos?

Já dissemos isso muitas vezes, basta pensar como tudo isso teria sido com o público. Agora todos esperamos que desde o primeiro dia possamos ver nosso povo nas arquibancadas do Palaverde. Elas querem abraçar nossos fãs e com eles queremos içar até o teto as faixas que lembram nossas últimas vitórias. Nós quero comemorar, pular sob a curva, cantar com eles e brindar com nosso prosecco. Nós realmente perceberemos o quanto sentimos falta deles apenas no dia em que entrarmos em Palaverde com cinco mil fãs. Será uma libertação depois de um período difícil que tem levado muito mais sofrimento e privação do que não poder assistir aos jogos. Seria um sinal para recomeçar, para voltar ao normal e mal podemos esperar que isso aconteça.

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