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Itajaí não paga salários e faz atleta rifar uniforme para pagar dívidas

O Itajaí Vôlei, que terminou a Superliga B na segunda colocação, e garantiu vaga na Superliga 2020/2021, não paga os salários das jogadoras desde novembro
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Garantido na elite do vôlei brasileiro na temporada 2020/2021, depois de terminar a Superliga Feminina B na segunda colocação, em março, o Itajaí Vôlei (SC) não paga os salários das jogadoras desde dezembro. Aliás, esse foi o único mês honrado pelo clube.

A central  Yvea Bastos, 21 anos, 1,96m de altura, integrante da Seleção Brasileira Sub-20 e formada nas categorias de base do Bradesco, anunciou, em seu perfil no Instagram, a rifa de um agasalho da Seleção Brasileira de base para pagar dívidas e conseguir sobreviver:

– Olá, meu nome é Yvea Bastos, sou jogadora de vôlei e estou fazendo esta rifa com o objetivo de pagar dívidas pendentes referentes às minhas despesas com alimentação, transporte e gastos médicos da última temporada. Estarei sorteando um conjunto Agasalho Seleção Brasileira de Vôlei (GG veste M/G) – postou a central.

Uma atleta, que prefere não se identificar, conversou com o Web Vôlei e revelou parte do drama vivido pelas jogadoras:

– Não foram transparentes conosco desde o princípio e toda a semana era uma desculpa diferente, nunca soubemos de fato o que estava e ainda está acontecendo por trás. A prefeitura de Itajaí quando soube dos atrasos foi muito solidária em tentar nos ajudar mas não entendemos até hoje como essa ajuda ainda não chegou até nós – disse.

– Em princípio, iríamos receber todo dia 15. Mas, a partir de janeiro, sempre pediam uma semana a mais de espera e foi isso até o fim da temporada (antecipado pela pandemia). Então, disseram que até 30 de abril receberíamos uma parcela e as outras seriam a partir do mês de maio. Não recebemos nada até agora e sem previsão de quando iremos receber – completou.

A jogadora conta o constrangimento de muitas colegas em ter de pedir dinheiro emprestado a amigos e familiares para sobreviver:

– Estamos enfrentando várias situações: cartão de crédito bloqueado, nome negativado, amigos emprestando, familiares ajudando, algumas até rifando uniforme ou vendendo doces de porta em porta. A situação é bem complicada e delicada. Afeta não só as atletas, mas familiares e amigos de maneira geral. É uma falta de respeito com profissão e mais ainda com o ser humano por trás do atleta.

Dirigentes de Itajaí não foram encontrados para comentar o assunto.

 

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