Na partida que marcou a reestreia do levantador Ricardinho com a camisa do Denk/Maringá, a vitória foi do Sesc RJ, por 3 set s a 0 – parciais de 25-22, 25-23 e 25-22 -, na noite desta quarta-feira, no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro (RJ), em jogo isolado, válido pela terceira rodada do returno da Superliga Banco do Brasil Masculina 2019/2020.
Num gesto bonito e marcado por muita emoção, o técnico Giovane Gávio, bicampeão olímpico (Barcelona-1992, Atenas-2004) entregou o Troféu VivaVôlei para o seu ex-companheiro de Seleção Brasileira, Ricardinho, do time adversário.
O ex-camisa 17 do Brasil, campeão olímpico em Atenas-2004, presidente do Maringá, abandonou a aposentadoria, aos 44 anos e voltou a treinar com o time, na semana passada, por necessidade. Por conta dos salários atrasados desde outubro, muitos jogadores tiveram de deixar o grupo, que não tem mais nem o número mínimo para poder treinar. A equipe não tinha sequer levantador reserva para ajudar nos treinos e no aquecimento durante os jogos. Nesta quarta-feira, Ricardinho foi reserva do titular Evaldo e entrou nas inversões.
Muito emocionado, Ricardinho recebeu o troféu VivaVôlei das mãos de Giovane:
– Primeiro, quero agradecer ao Giovane pela homenagem. Eu recebi o prêmio, mas ele deixou claro que é para todos os jogadores do Maringá. Vou continuar com eles até o final e vamos lutar. Isso (a crise financeira) não pode ser maior do que o nosso esporte. Vamos nos unir cada vez mais para que não aconteça novamente o que aconteceu com o Maringá. É um sentimento muito grande. Infelizmente, o nosso patrocinador não está honrando com o contrato assinado. Muitos jogadores tiveram de deixar o time porque têm boleto para pagar, os salários não são altos, é mês a mês, tem o cartão para pagar, o aluguel, tem família… Esses que ficaram, com certeza vão ter propostas de outros times, de times grandes, eu já falei isso com eles. Merecem porque foram guerreiros, porque estão honrando e jogando apesar de tudo. Vou lutar até o final para que eles recebam o que lhes é devido. E vou ficar com eles até o final – disse o ex-levantador da Seleção Brasileira.
Giovane também falou sobre a homenagem:
– Na verdade, o Ricardo é o representante, mas o prêmio não foi para ele somente, foi para a equipe toda, que está passando por essa situação muito difícil e com os jogadores segurando a onda. Salários atrasados, poucos jogadores no grupo, eles estão no limite e ainda assim estão treinando, estão jogando e estão se superando. Esses caras são importantes pra gente. A Superliga precisa crescer, se desenvolver. E, também, já que o meu time não jogou muito bem hoje, resolvemos dar o troféu para eles (jogadores do Maringá) como forma de reconhecimento pelo esforço – disse o treinador do Sesc, que não gostou da atuação do time nesta quarta-feira.
– Estamos sempre em busca de um momento melhor. Tudo bem, estamos com jogadores lesionados, mas isso não pode servir de desculpa. Não podemos baixar o nível, baixar de 60%, 70%, e acho que hoje o modo econômico estava ligado. Isso não pode acontecer – completou Giovane.
O central Bertolini, do Maringá, que vem atuando improvisado como oposto, já que os três opostos do time deixaram o grupo, foi o maior pontuador do jogo, com 19 pontos (15 de ataque, 3 de bloqueio e 1 de saque). Pelo Sesc, o central Gustavão marcou 11 pontos e Wallace, 9.
O Sesc RJ se recuperou da derrota sofrida para o Fiat/Minas no último sábado, por 3 a 1, em casa, e segue na quarta colocação, com 35 pontos (12 vitórias e 4 derrotas), um a menos que o Sesi SP, terceiro na tabela. O Maringá segue em oitavo, com 17 pontos (5 vitórias e 12 derrotas). Confira aqui a classificação.
O time carioca volta à quadra no próximo domingo, às 20h, contra o Apan/Blumenau, em Blumenau, pela sexta rodada do returno, com transmissão pela TV Cultura. O Maringá enfrenta o Ponta Grossa, dia 20 (uma quinta-feira), às 20h, em Ponta Grossa (PR), já pela sétima rodada do returno, com transmissão do pay-per-view do Canal Vôlei Brasil. Veja as transmissões e os jogos da semana.