O Sesi Bauru comemorou, na noite desta segunda-feira, o inédito título da Copa Brasil Feminina de Vôlei. Numa partida impecável, agressiva, de poucos erros e com sangue nos olhos, o time do técnico Rubinho derrotou o Itambé Minas por 3 sets a 0 – parciais de 25-18, 27-25, 25-20 -, no ginásio Galegão, em Blumenau (SC), para celebrar o seu primeiro título do torneio nacional.
Para chegar à decisão, o Sesi Bauru eliminou o Sesc RJ Flamengo nas quartas de final e o Dentil Praia Clube na semifinal. A oposta norte-americana Nia Reed foi a maior pontuadora do jogo, com 18 pontos. O Minas abusou dos erros: cedeu 25 pontos para as rivais, enquanto o Sesi Bauru cometeu 13 falhas no total. As paulistas também venceram com propriedade o duelo nos bloqueios: 12 a 4. Veja aqui quem são os três times garantidos no Sul-Americano de Clubes, que acontece em maio.
Depois de uma boa atuação na vitória sobre o Osasco, na véspera, o Minas voltou a mostrar os problemas que o perseguem na temporada e que já fizeram o time perder quatro finais: passe ruim e os altos e baixos da sua oposta, a norte-americana Dani Cuttino. Sem a turca Ozsoy, com dor na panturrilha, e a reserva Luiza Valente com covid, o técnico Nicola Negro não tinha como mexer nas pontas. Nem no meio, já que Júlia Kudiess já substitui Thaisa, com uma lesão na canela.
Se Bauru tinha sangue nos olhos, o Minas foi apático em muitos momentos. Bolas infantis caíram na frente das jogadoras. Em dois momentos – quando vencia por 23 a 20 do segundo set e por 7 a 5 do terceiro – o time teve a chance de aumentar a vantagem, mas cometeu erros bobos, erros de cobertura de ataque, permitindo que largadas fáceis de Bauru virassem pontos para o adversário.
Bauru entrou tão concentrado na partida e num modo tão avassalador, que cometeu apenas um erro no primeiro set, contra 8 do Minas. As baurenses foram perfeitas no passe nos. Com a recepção na mão, Dani Lins foi cirúrgica na distribuição. O bloqueio mineiro não encontrou as atacantes rivais hoje.
O jogo foi muito catimbado, com provocações e reclamações de ambos os lados. Taticamente, o time foi muito disciplinado. Sacou nas ponteiras, sempre evitando a líbero Léia. Com o bloqueio bem postado, a defesa conseguiu subir muita bola, pontuando com um ataque agressivo. O bloqueio mineiro não funcionou muito em função do saque, que também não agrediu.
O saque do Sesi, ao contrário, conseguiu o que queria: tirar a velocidade da Macris, o que Osasco não fez na véspera. Nyeme parecia se multiplicar em quadra. Não tinha bola perdida para as comandadas de Rubinho, que protagonizou pontos sensacionais, com defesas incríveis e buscadas de bola que pareciam impossíveis. No final da partida, a ponteira Drussylla, que chegou ao time nesta temporada, após deixar o Sesc RJ Flamengo no meio da última Superliga, com um quadro de depressão e mal fisicamente, deu uma entrevista emocionada ao SporTV:
– Coletivamente, na minha visão, eu estou muito feliz com o espírito e o coração das pessoas. É um time que batalha dia após dia, tem as suas dores e as suas limitações, mas não desiste e trabalha muito. Foi um ano muito difícil, o anterior. Vou ter outros anos difíceis, mas acho que Deus tem um propósito para a minha vida e ele me colocou no lugar certo – disse a ponteira.
– No primeiro ano da pandemia eu engordei pra caramba, passei pro muitos problemas – completou a ponteira.
Superliga
Pela Superliga, o Minas volta a jogar na próxima quinta-feira, contra o Sesc RJ Flamengo, às 19h, em Belo Horizonte (MG), pela quarta rodada do returno. O Sesi Bauru recebe Barueri no dia seguinte, no mesmo horário. Os dois jogos serão transmitidos pelo SporTV 2. Veja aqui a programação da semana e as transmissões.
SESI BAURU: Dani Lins, Nia Reed, Mayany, Mayhara, Drussylla, Suelle e Nyeme (líbero). Entraram: Letícia, Adenízia e Thaisinha. Técnico: Rubinho.
ITAMBÉ MINAS: Macris, Cuttino, Gattaz, Julia Kudiess, Pri Daroit, Pri Souza e Léia (líbero). Entraram: Pri Heldes, Kisy e Júlia Moreira. Técnico: Nicola Negro