Fim de uma era. Assim a Athletes Unlimited, a liga profissional americana, bem definiu o jogo deste sábado, o último de Sheilla na carreira profissional como jogadora de vôlei. Em Dallas, a bicampeã olímpica de 38 anos se despediu. Como ela queria, sendo acompanhada de perto pelas filhas Liz e Ninna.
Os americanos fizeram sua parte para o adeus da lenda, como a brasileira foi chamada durante a temporada. Vídeo especial com declarações de ex-companheiras (Larson, Thaísa, Gabi, Macris), diversas postagens nas redes sociais, vestiário decorado, microfone para ouvi-la durante o último jogo, melhores momentos na temporada, uma câmera exclusiva nos últimos pontos e homenagens assim que a partida terminou, com vitória da equipe de Sheilla por 75 a 54 (25-15, 25-22 e 25-17).
Sheilla esteve sorridente durante o tempo. Aquecimento, apresentação das equipes e no decorrer do jogo. À distância, transparecia o sentimento do “dever cumprido” em mais de duas décadas de serviços prestados ao vôlei. Com paz de espírito pela decisão tomada meses atrás.
E ela pode dormir tranquila toda noite. Sheilla está entre as maiores da modalidade em todos os tempos no Brasil e no mundo. Ninguém jamais esquecerá a performance da camisa 13 nos Jogos Olímpicos de Londres, o grande momento da gloriosa carreira. Apenas a atuação diante da Rússia, no jogo dos match points salvos, seria suficiente para ela ter uma estátua na entrada de algum ginásio brasileiro.
Ela merece ainda uma partida de despedida no Brasil com a camisa da Seleção. A ideia já chegou à CBV e espero, de verdade, que algo seja feito. Reunir outros nomes históricos do vôlei nacional, em uma arena lotada, com transmissão pela TV, pela internet, em uma grande festa de agradecimento para Sheilla. Tratar um ídolo deste tamanho com todo o respeito é mais do que obrigação. E, infelizmente, por aqui não é regra, mas sim exceção.
Até que isso aconteça, as imagens deste 9 de abril de 2022 serão as últimas da camisa 13 em quadra. E a gratidão do vôleifã será eterna. Obrigado, Sheilla Castro! E seja feliz no seu pós-carreira!
Por Daniel Bortoletto