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Superliga feminina quebra tabus e tem “velha guarda” em alta

Fim da Superliga feminina 24/25 com título de Osasco e quebra de alguns tabus. A análise do editor Daniel Bortoletto sobre o cenário
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Fim do jejum do Osasco/São Cristóvão Saúde, primeira final paulista em quase três décadas, encerramento da hegemonia mineira, estreia de um participante na decisão… A Superliga feminina 2024/2025 ficará marcada pelo fim de diversos tabus do vôlei nacional.

Para o devido registro histórico:

– Foram 28 anos sem uma final 100% paulista entre as mulheres.
– Osasco conquistou o título da principal competição nacional após 13 temporadas.
– As cinco últimas decisões da Superliga, até ontem, tiveram Gerdau Minas x Dentil/Praia Clube como protagonistas.
– Desde a fusão dos projetos do Sesi e do Bauru, em 2018/2019, foi a primeira participação do time do interior paulista na final da Superliga.

“Então estamos iniciando uma nova ordem no vôlei nacional?”, me perguntaram ontem. Diria que é impossível saber.

Mas tenho certeza de que as novidades de 24/25 vão embaralhar as cartas para a próxima temporada. Minas e Praia passarão por mudanças profundas em busca da retomada do protagonismo, o Sesc RJ Flamengo aumentará seu investimento com planos bem ambiciosos, o Fluminense acaba de fazer sua melhor campanha e o Flor de Ypê/Paulistano/Barueri pela primeira vez não perderá todas as jovens destaques para os rivais com orçamentos maiores. Tudo isso só fará bem ao vôlei nacional pensando na temporada 25/26.

A escolha das melhores da Superliga também merece uma reflexão. Três campeãs olímpicas em 2012 e uma craque da mesma geração foram premiadas. Dani Lins, Adenízia, Thaisa e Camila Brait comprovam mais uma vez como essa safra é diferente, especial e histórica. Estamos falando de atletas entre 36 e 40 anos. E ainda em altíssimo nível. Não à toa ainda se fala em Seleção Brasileira para elas em 2025.

Quando se conversa com jogadoras mais novas e com proximidade com o quarteto, você ouve muitos elogios. Pelo foco, pela forma de trabalhar no dia a dia, pela paixão pela modalidade, pelo profissionalismo, pela técnica, pela forma de liderar. São exemplos. E isso deveria obrigar as gerações que vieram depois a sugar o máximo possível delas para ocupar o espaço.

E deixo a pergunta: A atual geração está pronta para fazer essa “troca de guarda”, assumir de vez os holofotes e ser tão grande ou maior do que a “velha guarda”? Gostaria de dizer sim, com certeza. Mas ainda tenho muitas dúvidas do que virá pela frente nessa transição geracional.

Por Daniel Bortoletto

Tags: Superliga

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