A ponta italiana Miriam Sylla retornou, no início deste mês, aos treinamentos no Conegliano após mais de três meses de afastamento das quadras por conta da pandemia do coronavírus.
A Itália chegou a ser um dos epicentros da doença, em maio, e precisou decretar um rígido lockdown, com permissão para sair de casa apenas para fazer compras no supermercado ou ir à farmácia. Com um número bem mais controlado de casos, o país europeu vai voltando à normalidade desde o fim de junho.
O período mais complicado da pandemia deixou ensinamentos para Sylla. Em entrevista ao jornal Tribuna di Treviso, ela diz ter mudado bastante durante o confinamento.
– Esses meses não foram particularmente irritantes para mim: a coisa que mais me preocupou foi o número de pessoas que morreram do vírus ou estavam doentes, como aconteceu especialmente em Bergamo (ela jogou na cidade entre 2013 e 2018). Pessoalmente, permanecendo em casa por um longo tempo, aprendi a gostar mais de mim, a me dar bem e a viver com quem sou. Não é uma coisa simples se apreciar pelo que é e gostar de si mesmo. Eu acho que fiz bom uso dessa quarentena. Estou convencida disso, mesmo agora que estamos fora dela. Em vez de xingar o mundo e reclamar, eu enfrentei a situação – comentou a jogadora, de 25 anos.
Para a terceira temporada no Conegliano, Sylla ajuda na adaptação dos novos reforços, como a oposto francesa Gicquel, ex-Nantes-FRA, da ponta americana McKenzie Adams, ex-Schwerin-ALE, e da compatriota Farh, central ex-Firenze.
– Eu já conhecia a Sarah Fahr da seleção. Outras já enfrentei em jogos, alguns foram bem, outros ruins (rs), mas agora estamos todas do mesmo lado. Também estamos dando dicas, além de levá-las para comer coisas incomuns para ver a reação. Nosso objetivo é integrá-las o mais rápido possível e acho que elas estão gostando. É um pouco como o que acontece na vida, na escola, quando há uma pessoa nova, talvez mais tímida, e tentamos envolvê-la.
Após a liberação para viagens e utilização das praias, no fim do mês passado, Sylla postou foto ao lado Folie (companheira de time), Orro (Monza) e Loda (Bergamo). Curtição após a quarentena!
Sobre a volta aos treinos, Sylla admite sentir falta de treinos com bola, mas sabe que a parte física, após tanto tempo em quarentena, é essencial:
– Depois de muito tempo sem jogar, é como se estivéssemos fazendo uma reabilitação. Não estamos fazendo as coisas que eu gosto, pulando, atacando e recebendo, mas no momento não é difícil. Parece-me que estamos encarando bem essa recuperação, com o espírito certo.