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Taffarel relembra passado no vôlei. Fez até dupla com Renan

Goleiro do tetra do Brasil na Copa do Mundo, Taffarel jogava vôlei até a adolescência. E era parceiro de Renan no vôlei de praia
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Um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro flertou em ser jogador de vôlei. Campeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos, Taffarel contou, em entrevista ao site da Fifa, que poderia ter sido um jogador de vôlei. Na infância e adolescência no Rio Grande do Sul, o futebol era a segunda opção esportiva de Taffarel.

– O voleibol foi meu primeiro esporte. Eu adorava e era bom. Jogava vôlei praticamente todos os dias. Futebol era algo que eu jogava com amigos de vez em quando, em um fim de semana se tivesse chance. Se houvesse a chance de jogar (vôlei) profissionalmente, eu teria adorado, mas o futebol era uma carreira mais plausível. Olhando para trás, fico feliz por não ter tido a oportunidade de jogar vôlei (profissionalmente) porque, com 1,82m, não poderia ter ido muito longe (risos). Comecei a jogar futebol sério aos 18 anos. Fiz um teste no Internacional e passei. Foi uma idade muito, muito velha para começar, tive que aprender muito, muito rápido, mas tive a sorte de ter um excelente treinador de goleiros – o paraguaio Benítez. Ele me ensinou tudo. Acredito que jogar vôlei me ajudou com meus reflexos – disse Taffarel, titular do Brasil em três Copas do Mundo (Itália-90, Estados Unidos-94 e França-98) e atual preparador de goleiros da Seleção e do Galatasaray (TUR).

Além de jogar vôlei no colégio, Taffarel se arriscava no vôlei de praia, em Tramandaí. Chegou até a fazer dupla com Renan Dal Zotto, um dos ícones da Geração de Prata e atual treinador da Seleção Brasileira masculina.

– Conheci o Taffarel em um Pan-Americano (Indianápolis-87) e ficamos amigos. Começamos  jogar juntos em umas peladas e chegamos a jogar um campeonato juntos. Fomos campeões, inclusive. Ele jogava muito bem, principalmente no fundo de quadra, pois era muito rápido. Mas tinha todos os fundamentos. Hoje seria um bom líbero. O vôlei era um paixão para ele – relembrou Renan ao Web Vôlei.

A relação com Renan nas praias gaúchas fez com que Taffarel mantivesse o vôlei como hobby quando jogou na Itália, no início da década de 1990.  O goleiro defendia o Parma, uma das sensações do país à época, com forte investimento da Parmalat. Já Renan defendia o Maxicono, da mesma cidade, tendo Carlão como um dos companheiros de time e Bebeto de Freitas como técnico. Várias vezes o quarteto brasileiro se reunia no ginásio da cidade após os treinamentos e jogava duplas. E aquilo “custava caro” para Taffarel.

– Na Itália, tudo muito profissional já naquela época, nossos contratos impediam que fizéssemos outros esportes. Não podíamos nem esquiar, andar de moto… E o Taffarel não podia jogar vôlei. Mas ele não abria mão e resolvia  pagar multa para jogar conosco as peladas. Como muita vezes pessoas acompanhavam e tiravam fotos, o clube descobria  e ele era multado – contou Renan.

O técnico da Seleção masculina ainda relembrou um momento especial vivido com Taffarel na Itália:

– Eu e o Bernardinho fomos jogar um torneio de vôlei de praia. O Radamés (Lattari) era o nosso técnico. E o Taffarel foi junto e ajudava, levando água para nós, catava bola nos treinos. Era um integrante da nossa comissão técnica (risos). Lembro que ele, nos intervalos, pegava duas madeirinhas, marcava como se fosse um gol e fazia a molecada bater pênaltis nele. Formava-se uma fila enorme e ele brincava com os garotos, totalmente desprovido de vaidades.

Por Daniel Bortoletto

Tags: Renan Dal Zotto

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