Duas mudanças de impacto no cenário feminino brasileiro avançaram bastante nesta semana. Tandara deixando o Sesc rumo ao Osasco Audax/São Cristóvão Saúde e a substituição dela por Lorenne, do São Paulo/Barueri.

As movimentações não serão oficializadas de lado a lado, já que o vínculo em vigor das atletas com os atuais clubes irá até o fim de abril. É praxe, funciona assim desde sempre e é compreensível.

E existe um ingrediente novo no cenário do mercado de atletas desta vez: incertezas na economia global por conta do coronavírus. A cautela tem feito parte da maioria das negociações. No dois casos citados acima, os envolvidos não acreditam em reviravoltas. São negociações tratadas como “muito bem encaminhadas”.

No fim das contas, as torcidas dos arquirrivais encontrarão motivos para comemorar. O Sesc passará a ter no seu elenco a jogadora brasileira com maior evolução na temporada 2019/2020. Lorenne agarrou a oportunidade na Seleção Brasileira, ganhou espaço e deu um enorme passo para disputar a primeira Olimpíada da carreira. Em Barueri, foi protagonista na conquista do Campeonato Paulista. É uma jogadora mais madura, capaz de assumir um protagonismo maior na carreira e terá de provar em 20/21 que mudou mesmo de patamar.

Já Osasco terá a volta de uma jogadora com histórico no projeto: será a quarta passagem de Tandara. Livre de problemas de lesão, é uma jogadora da “primeira prateleira”, capaz de decidir jogos importantes. Foi assim na final da Copa Brasil, com 40 pontos marcados na conquista do time carioca. E, apesar de a relação com a torcida de Osasco ter dado uma estremecida no retorno ao José Liberatti com a camisa do arquirrival na Superliga, tem tudo para reconquistar até aqueles que a vaiaram.

Dá para dizer que os dois times ganham? Acho que sim.

Por Daniel Bortoletto