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Tandara: “Me considero sim um dos pilares da Seleção”

Em entrevista ao Surto Olímpico, Tandara falou sobre as incertezas do vôlei na pandemia, sobre sua importância na Seleção e sobre a ação contra o Praia
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A oposto Tandara participou, na noite desta sexta-feira, de uma live no Instagram do site Surto Olímpico. E na conversa a campeã olímpica em 2012 falou sobre os impactos da pandemia do coronavírus na preparação para Tóquio-2021, da incerteza sobre a volta aos treinos, sobre sua importância na atual Seleção Brasileira e também da vitória recente no processo movido contra o Praia Clube.

Tandara, porém, não quis antecipar a transferência para o Osasco Audax/São Cristóvão Saúde, já sacramentada após uma ano no Sesc. Disse que o anúncio do novo clube, no Brasil, será feito em breve.

Confira alguns dos principais momentos da entrevista com Tandara.

CORONAVÍRUS

– Infelizmente, o que a gente pode fazer? Nada. A gente tem que esperar de acordo com o que o COVID vai se desenvolver. É uma coisa pra gente se preocupar porque a gente tá lidando com vidas. E se a gente voltar (a treinar) e uma se contaminar? O time inteiro é prejudicado, então não tem muito o que fazer. Eu confesso que hoje eu estou muito preocupada com a situação.

TREINOS NA EUROPA

– Estamos em um país em que tudo está muito difícil. Temos que nos adaptar a tudo, mas temos que esperar e ter paciência, porque não depende da gente. Eu tenho visto notícias de que o Zé (Roberto Guimarães) vai pegar a Seleção e vai levar pra Portugal, mas o maior surto de COVID está sendo no Brasil. Qual o país vai abrir espaço pra gente poder treinar?

STATUS DE TANDARA NA SELEÇÃO

– Hoje eu me considero sim um dos pilares da Seleção, e eu sei dessa responsabilidade. Sei o quanto serei cobrada e serei exigida para que isso aconteça, assim como a Natália tem ciência disso, como a Gabi também. Eu acho que tudo isso é trabalhado e a gente tem que lidar cada vez mais com essas situações para a gente conseguir colocar em prática toda aquela expectativa que as pessoas colocam na gente.

A QUARENTENA

– A gente está em um momento bem incerto, porque não sabe quando vai voltar, dependemos de muita coisa para isso. Confesso que nas duas primeiras semanas (de quarentena), eu falei: “Ufa, tô tranquila, tô de férias, vai passar rapidinho”. Mas acabou sendo uma coisa muito mais séria e, hoje, eu realmente estou com saudades de fazer aquilo que eu melhor sei fazer.

O CUSTO “MENTAL”

– É difícil ficar em casa o tempo todo, porque nossa vida é muito corrida. Eu venho vendo notícias de esportes, que vários atletas estão entrando em depressão. A gente sabe o quão ansioso nós ficamos em relação a isso (não treinar), mas eu estou aqui tentando me reerguer e continuar dentro do meu trabalho, para que toda essa ansiedade e todo esse nervosismo não me peguem.

FORMA FÍSICA

– A palavra que me resume hoje é ansiedade, porém eu tenho que ter um cuidado muito maior, porque minha ansiedade me faz comer, então eu fico desesperada e estou treinando dobrado praticamente.

AÇÃO CONTRA O PRAIA

– Eu vejo um marco para a atleta mulher, não só para a classe esportiva, mas qualquer classe trabalhista. Se a Justiça reconheceu, é porque eu realmente tinha razão e porque tinha direito. Mas também é complicada a situação, porque o meu meio de trabalho é muito restrito. Pioneira nisso, mas pode me complicar lá na frente. Eu estou feliz pela situação, mas eu confesso que estou um pouco preocupada. Tenho que esperar como os clubes e como as próximas atletas vão se comportar diante disso. Eu estou muito feliz, foi uma briga muito grande, de cinco anos. Graças a Deus deu tudo certo, eu espero que eu seja espelho pra outras mulheres, não só da classe esportiva, mas de qualquer classe trabalhista. A gente tem voz, sim, e podemos trabalhar, nos dedicar a nossa família e fazer o que a gente ama.

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