Após uma temporada complicada, com problemas físicos e pessoais, Tandara se prepara para viver um novo momento.
Aos 30 anos, após uma passagem difícil pelo Guangdong Evergrande, da China, ela se prepara para estrear pelo Sesc. Em entrevista ao LANCE!, publicada nesta terça-feira, ela falou sobre o pedido de dispensa da Copa do Mundo por questões familiares.
– O planejamento previa que eu jogasse o Pré-Olímpico e, dependendo de como eu me saísse, seguiria na Seleção para os outros torneios. Mas eu não tinha em mente que aconteceriam problemas – falou Tandara, sobre sua dispensa, acrescentando:
– A Maria Clara estava muito sozinha e senti, como mãe, que deveria ficar mais perto. Houve mudanças na cabeça dela e uma precisava da outra. Era o momento de me dedicar à minha filha e a mim. Eu não estava me sentindo bem. Expliquei ao Zé e nos entendemos, sem briga.
A estreia do Sesc na temporada será no dia 25 de outubro, contra a seleção carioca, pelo Estadual. Na Superliga, o primeiro desafio é contra o Curitiba, fora de casa, no dia 12 de novembro.
Confira outros trechos da entrevista da oposto Tandara:
Como se sente prestes a, enfim, jogar no Sesc e atender a uma expectativa antiga da torcida?
Todos sabem que o namoro entre Tandara e o Rio é antigo, mas só veio a se concretizar este ano. Estou muito feliz pela decisão que tomei. Estou adaptada aos treinos e à minha casa. O trabalho é um pouco diferente, mais intenso do que tudo o que eu já tinha vivenciado no vôlei. Maria Clara está feliz, com escola e amigos novos. Estou ansiosa para os jogos.
O que você ainda busca aprimorar no seu jogo?
Eu me cobro muito em relação aos jogos, sobretudo decisões. Penso: “se fizer este golpe contra a Sérvia, não vou rodar, então tenho de fazer algo diferente”. Eu busco me superar a cada dia e criar golpes. Quero crescer fisicamente. Sempre ouvi dizer que o Bernardo suga o máximo das jogadoras. Enxerga o que você pode fazer e cobra até a última gota do seu suor. Eu vim em busca disso, em um ano Pré-Olímpico, para ser sugada e ver minhas limitações. Espero fazer uma Superliga muito boa para chegarmos lá na frente.
Como a dispensa da Seleção ajudou neste momento?
Eu sabia que a decisão seria interessante para minha recuperação do pé, que até um tempo atrás ainda me incomodava, além de resolver problemas pessoais. Se eu não tivesse feito isso, eu estaria em outra etapa. Tudo foi resolvido e estou me dedicando cada dia mais aos treinamentos e à evolução física, em relação às lesões.
Quais são seus planos em relação à Seleção, após esse pedido de dispensa? Acha que pode voltar?
Já não sou nenhuma jovem. Sei das minhas limitações. Preciso de um descanso mais trabalhado, para que tenha maior longevidade no vôlei. Então, meu projeto na Seleção vai até Tóquio. Depois, seguirei nos clubes.
Qual é o saldo da ida à China? Como foi a recuperação da lesão?
Ganhei muito. Não no lado profissional, mas no pessoal. Voltei às minhas origens e me deparei com situações que, aqui no Brasil, não damos valor, como lavar o uniforme na pia, porque eu só tinha dois (risos). A lesão foi complicada. O Alexandre Urso se disponibilizou a ir até a lá cuidar de mim e me colocar em condições de jogo, mas retardou a recuperação para quando eu voltasse ao Brasil. Foi um desafio grande me machucar e voltar no sacrifício. Eu sentia muita dor. Mas deu certo. Hoje, digo que estou 100% recuperada e pretendo fazer uma Superliga excelente.
Como está sendo o reencontro com a Fabíola?
Admiro muito, como mãe e atleta. Trocamos figurinhas sobre nossas filhas, como, por exemplo, onde tem hospital, e onde fica isso ou aquilo. Essa volta ao Brasil ao lado dela me faz sentir muito bem.
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