Dona de dois ouros olímpicos, Thaisa é exemplo de superação e perseverança na Seleção feminina que vai buscar uma medalha nos Jogos de Paris 2024. Para viver o sonho do tri, a jogadora lida em seu dia a dia de preparação com dores constantes e sequelas de suas lesões e cirurgias. A caminhada começa na próxima segunda-feira (29/7), quando o Brasil encara o Quênia na estreia em Paris.
Diante de todo o contexto, Thaisa ainda se emociona ao falar de tudo o que enfrentou para chegar à França como uma das líderes do time brasileiro em quadra. Segundo ela, o amor pelo vôlei é sua principal motivação para buscar mais um ouro na carreira.
– A minha ambição é buscar mais uma medalha olímpica, com certeza o ouro. O que me trouxe de volta é o amor por esse esporte que mudou a minha vida, mudou a vida da minha família e me mudou como pessoa. É o amor pelo esporte que me move na Seleção Brasileira e também no clube. É uma rotina muito cansativa, mas vale cada segundo. Quando chega um fim de carreira, no meu caso de Seleção, é que a gente consegue entender a importância e a grandeza que tem tudo isso aqui – afirmou Thaisa ao COB, durante treino no Gymnase Des Docks, uma das estruturas da base do Time Brasil em Saint-Ouen.
– Eu sinto dor todo dia, independentemente do momento. Hoje, eu não preciso estar em quadra para estar sentindo dor. Eu já acordo sentindo dor, mas é o que eu falo. São escolhas. Eu escolhi passar por isso, eu já sabia que isso iria acontecer. Então eu preciso estar pronta. Fico na fisioterapia, me preparo na academia. Quando você está focada mentalmente, até as dores você consegue superar – explicou a bicampeã olímpica.
Ao relembrar a sua história vencedora em Olimpíadas, Thaisa se emocionou ao contar o que diria para a menina de 21 anos que estreou na principal competição poliesportiva do planeta com uma medalha de ouro, em Pequim-2008.
– Eu falaria para a Thaisa de 21 anos para ela aproveitar e viver realmente isso. Estar nos Jogos Olímpicos não é normal, é o que todos os atletas do mundo buscam e nem todos conseguem. Eu ia muito no automático, lógico que eu estava feliz, mas não tinha a noção da grandeza. E eu falaria para ela se cuidar, se focar, cuidar da parte física, cuidar do seu mental, porque você vai precisar lá na frente, hoje, principalmente. Eu fico um pouco emocionada quando eu penso nessas coisas. Estou um pouco sentimental ultimamente. Eu não gosto de chorar não, mas me emociona, porque vai ser a última com a Seleção – finalizou a jogadora.